Mortes por Covid passam de cem em BH; casos triplicaram após flexibilização do comércio

Gledson Leão
gleao@hojeemdia.com.br
24/06/2020 às 13:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:51
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Às vésperas de completar um mês da implantação da primeira fase de flexibilização do comércio, Belo Horizonte vê o número de mortes e casos de Covid-19 disparar. Conforme boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, nesta quarta-feira (24), 104 pessoas perderam a vida após contrair a doença. Em 25 de maio, quando houve o afrouxamento do isolamento social, a metrópole registrava 42 óbitos, um aumento de 147%.

Com relação aos casos, o avanço do novo coronavírus na capital foi ainda maior. No levantamento da SES, a metrópole soma 4.668 doentes até o momento. Há um mês, quando foi anunciado a primeira fase da retomada, com o aval às lojas “não essenciais”, eram 1.402 infectados. Nesse caso, o aumento foi de 232%.

O cenário é tão preocupante, dizem especialistas, que um freio na flexibilização não está descartado. A decisão sobre recuar ou manter as atividades econômicas será anunciada na próxima sexta-feira (26) pelo prefeito Alexandre Kalil. O parlamentar já descartou o avanço na reabertura do comércio, dizendo que BH não tem data para 'reabrir'. A expectativa fica por conta da possibilidade de fechamento de algumas atividades. 

"O que eu posso falar é que eu não vou abrir. Posso falar porque os cientistas já falaram que o momento é perigoso. Isso te garanto, que não vou abrir”, disse. “Não trabalhamos com astrologia, quem vai ditar o que nós vamos fazer são os médicos”, disse Kalil na última terça-feira (23).

Para especialistas da área de saúde, os números devem ser avaliados com atenção. Em recente entrevista ao Hoje em Dia, o infectologista Dirceu Greco atesta que os dados são preocupantes. “Tenho certeza de que a decisão de liberar o comércio foi baseada em evidências científicas, porque a taxa de transmissão da doença estava baixa. Mas muitas pessoas não estão recebendo o auxílio para ficar em casa e, nas ruas, estão se expondo mais ao vírus”, avaliou.

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