Motorista que atropelou e matou adolescente na Pampulha não ficará preso

Renata Evangelista e Aloísio Morais - Hoje em Dia
20/09/2013 às 18:13.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:37

O motorista Joel Jorge da Silva, de 56 anos, que atropelou e matou Clayton Bernardes Cabral, de 12, na noite do último dia 18, na Pampulha, se apresentou espontaneamente nesta sexta-feira (20) à Polícia Civil. No entanto, ele não ficou preso, já que estava esgotado o período de flagrante.   Segundo o delegado Ramon Sandoli, chefe de Operações Especiais do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG), Joel alega que não percebeu que atingiu o menino, que teve a cabeça esmagada quando andava de bicicleta na orla da Lagoa da Pampulha. O motorista informou, ainda, que não notou a sinalização de trânsito proibindo o tráfego de veículos de carga pesada na região onde ocorreu o atropelamento.   A carreta Volvo de três eixos conduzida por Silva foi localizada a cinco quarteirões do local da tragédia. O veículo com algumas marcas de sangue e massa encefálica foi apreendido para análise, assim como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que o motorista tem há 20 anos. “Fomos ao local e testemunhas relataram que perto de lá havia um galpão que guardava caminhões. Levantamos a placa do veículo, conversamos com o proprietário e, pouco depois o suspeito se apresentou”, relatou o delegado Rodrigo Fagundes, da Delegacia Especializada de Acidentes de Veículos (DEAV).   Na próxima segunda-feira (23), a Polícia Civil vai reproduzir o trajeto que o motorista fez no mesmo horário em que ocorreu o acidente.    Nesta noite, o delegado Ramon Sandoli apresentou para a imprensa dois vídeos captados por câmeras de vigilâncias vizinhas ao local do atropelamento. Um deles mostra os pneus da carreta transitando às 20h06 de quarta-feira numa via próxima à rotatória em que o garoto foi atingido. Em outra imagem, o caminhão circula um minuto depois. Ambas levaram a polícia à localização da carreta.    Segundo Sandoli, Joel Jorge entrou em contradição ao afirmar a hora em que tomou conhecimento da morte do garoto pelo rádio e pela televisão, o que complica o seu caso. Conforme o delegado Rodrigo Fagundes, o motorista é mineiro, mas sua CNH é de Santa Catarina. E, de acordo com seu prontuário, Joel Jorge tem antecedentes criminais por receptação e porte ilegal de arma. Será pedido seu prontuário à polícia de Santa Catarina. O advogado do motorista, Fernando Lima, alegou que seu cliente estava muito transtornado e, por isso, ele não falaria com a imprensa.     

Clayton Bernardes Cabral andava de bicicleta em uma praça na Pampulha (Foto: Facebook/Reprodução)   Entenda o caso   O acidente ocorreu na noite da última quarta-feira (18), quando Clayton Bernardes Cabral, de 12 anos, foi atingido pela traseira do caminhão, após o motorista errar o caminho e entrar em uma rotatória na esquina entre a rua Paulo Gustavo do Vale com a avenida Otacílio Negrão de Lima. Clayton teve a cabeça esmagada e morreu na hora. O motorista oel Jorge da Silva, de 56 ano, deixou o local sem prestar socorro à vítima. O corpo do adolescente foi enterrado no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, região Oeste da capital mineira, na quinta-feira (19).   Na hora do atropelamento, Clayton e três amigos, de 11, 14 e 15 anos, andavam de bicicleta e iriam se encontrar com integrantes de um projeto social. Os colegas de Clayton chegaram a anotar a placa da carreta. No entanto, depois da chegada da Polícia Militar, foi constatado que o registro pertencia à uma motocicleta. Os colegas da vítima ainda informaram que avisaram o motorista sobre o acidente, mas, mesmo assim, ele deixou o local.   Atualizada às 20h14

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