(Reprodução/TV Globo)
Um “pulão” na catraca em um ônibus de BH quase terminou em tragédia na madrugada de ontem. O motorista do coletivo 4201 (Alto Caiçara/Nova Cintra) esfaqueou um rapaz, de 20 anos, após ele e a namorada, de 16, se recusarem a pagar a tarifa. O condutor foi levado para um presídio e irá responder por tentativa de homicídio.
A confusão foi na avenida Frei Orlando, no Caiçara (Noroeste). Aos militares, testemunhas contaram que o casal entrou no ônibus, no Centro, e permaneceu na parte da frente do veículo. Já no bairro, o rapaz pediu para o suspeito abrir a porta, alegando estar sem dinheiro para a passagem.
O motorista, de 29 anos, se recusou. Quando a vítima e namorada pularam a roleta, o condutor teria ficado nervoso e ido atrás. Para sair do ônibus, o rapaz puxou a alavanca de emergência de uma das janelas. O condutor também desceu e, durante a confusão, desferiu as facadas no jovem, que foi socorrido pelos policiais e levado para o Hospital Odilon Behrens.
O suspeito seguiu viagem e foi localizado próximo ao ponto final da linha. Ele teria confessado o crime.
Pressão
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários da capital, Paulo César Silva aguarda as investigações da Polícia Civil. “Estamos sem saber o que se passou, mas repudiamos qualquer tipo de violência”.
O sindicalista, no entanto, disse que os motoristas “têm andado sob pressão, por conta do acúmulo de funções e da violência”. Paulo César reivindica mais segurança nos ônibus.
A Guarda Municipal informou, em nota, que realiza ações preventivas em conjunto com as demais forças de segurança pública. Destaca-se a Operação Viagem Segura, na qual agentes da corporação fazem a vigilância dentro de coletivos e estações do Move. A atuação dos servidores, porém, é nas linhas que percorrem as avenidas Antônio Carlos e Nossa Senhora do Carmo, “vias onde a mancha criminal demandava maior atenção”.
Já a PM, também em nota, garante realizar operações nos locais de maior incidência criminal, nas proximidades dos pontos de ônibus e de garagens de coletivos e no itinerário das linhas. Há redes entre a Polícia Militar e as empresas de ônibus e funcionários, para alinhar “condutas e parceria para solução conjunta dos problemas”.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetraBH) disse concessionária responsável pela linha irá apurar os fatos. Em casos como esse, o profissional é suspenso e a gravidade e motivação do comportamento, avaliadas. Constatados problemas psicológicos, o funcionário é encaminhado ao médico do trabalho. De acordo com a entidade, o profissional da linha 4201 sempre teve uma conduta exemplar”.
Crime
A evasão é bastante comum nos ônibus e nas estações do sistema. Para não pagar a passagem, há pessoas que pulam a roleta, entram pela porta traseira ou descem pela dianteira.
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*Com Renata Evangelista