(Google Street View / Reprodução)
Prestes a colapsar, o talude norte da cava do complexo minerário de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, teve um deslocamento de 16 centímetros entre essa quinta (23) e sexta-feira (24), de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM). Este pico de movimentação se dá no ponto mais crítico da estrutura, mas a média do deslocamento do talude é de 12,9 centímetros por dia.
O prazo estimado para o rompimento do talude é até este sábado (25), mas a expectativa é que ao cair na cava ele se integre ao ambiente e não impacte na barragem, que concentra 4,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos e está no nível 3 - o máximo - do risco de rompimento. No entanto, a possibilidade de um abalo sísmico causado pelo cedimento do talude reverberar na barragem e causar seu rompimento é de 15%.
Por causa dessa possibilidade, um novo estudo de projeção da lama, o "dam break", considera o pior cenário possível: o de rompimento da barragem e projeção de 100% da lama nas áreas de inundação. Segundo o porta-voz da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Flávio Godinho, essa projeção foi feita para que as pessoas fossem retiradas das áreas de risco e treinadas para encontrarem os locais seguros em caso de rompimento.
Na projeção, a lama iria gastar uma hora e 12 minutos para atingir a primeira residência de Barão de Cocais, duas horas e 36 minutos para chegar até a primeira residência da área rural de Santa Bárbara e, na cidade, três horas; e mais oito horas para atingir São Gonçalo do Rio Abaixo, outro município que está no trajeto dos rejeitos. Após são Gonçalo do Rio Abaixo, a lama percorreria ainda mais 40 quilômetros.
Por meio de nota, a Vale informou que "adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região", ocasião em que a população residente nas áreas mais críticas no caminho da lama foi evacuada.
A empresa também reforçou que "tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente".