(arquivo / Hoje em Dia)
O Ministério Público Estadual não descarta pedir a transferência dos líderes do tráfico no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de BH, para cadeias no interior do Estado. A medida visa enfraquecer as gangues da área e amenizar os conflitos registrados na comunidade desde o fim do mês passado. Há informações de que os criminosos dão ordem para crimes de dentro das prisões, na região metropolitana.
O promotor Peterson Queiroz também analisa informações repassadas pelas polícias Civil e Militar para agilizar as detenções de suspeitos. “Prisão preventiva, indisponibilidade de bens e até mesmo os chefes (traficantes) que estão presos podem ter regime disciplinar diferenciado e podem ser transferidos para outras cidades e comarcas”, explicou.
Nesta quarta-feira (4), em visita à Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) no aglomerado, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa constatou apenas dois militares e uma viatura para patrulhar toda a comunidade. “A situação é grave. Não há segurança para policiais nem moradores. Instalações precárias e risco de roubo de armas pelos criminosos”, disse o deputado Sargento Rodrigues. O promotor admite que a carência de efetivo pode prejudicar as investigações.
Segundo a Polícia Civil, o tráfico no aglomerado é comandado por Wender Wesley Ferreira, o “Peixinho”, da gangue do Sacramento. Ele está preso na Penitenciária Dutra Ladeira. Dois criminosos da gangue Bandonion – Clébio Pereira Rosa e outro identificado como Ceará –, são investigados pela polícia.
Resposta
Em nota, a Polícia Civil informou que um delegado é responsável pela área do aglomerado e uma equipe desenvolve o trabalho de investigação e Polícia Judiciária. “Mesmo não estando fisicamente na Aisp do aglomerado, o trabalho está sendo realizado”, reforçou a nota.
Apoio aéreo ajuda a polícia na prisão de criminosos na Serra
Há onze dias ocupando o aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, os militares do Comando de Políciamento Especializado (CPE) contam com o apoio do grupamento aéreo militar para desarticular a atuação das gangues Sacramento e Bandonion que disputam o domínio do tráfico de drogas no local.
Em 29 anos de existência, o grupamento aéreo tem como objetivo proporciar segurança aos miliatres em terra, além de resgate de vítimas de acidentes, combate a incêndios florestais, ajuda em alagamentos, transporte de órgãos e operações policiais. “Nosso objetivo é dar suporte em todas as operações. Garantir a segurança dos militares e sociedade. Além disso, estamos preparados para o suporte operacional de ações policias, que é o nosso principal foco”, explica o comandante do Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo (Btl RpAer), tenente-coronel Rodrigo Sousa Rodrigues.
Nesta quinta-feira (4) ,enquanto Btl RpAer realizava a identificação da comunidade, militares dos batalhões de Choque e Rotam realizavam incursões dentro em becos e vielas do aglomerado. “Através do nosso mapeamento, os militares em solo conseguem surpreender os suspeitos”, explica o comandante da operação aéreo, major Flávio Barreto.
Durante a operação duas pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos. Os militares do Batalhão de Choque e Rotam ainda apreenderam uma submetralhadora de fabricação caseira, uma arma calibre 12 e munição. Mais de 24 motocicletas que serviam para o deslocamento de “olheiros” , que monitoravam a ação da polícia e transporte de drogas também foram apreendidas. Os veículos foram encaminhados para o pátio credenciado do Departamento de Trânsito (Detran-MG).