MP quer que vítimas de tragédia decidam sobre destino de R$ 1,9 milhão recebidos em doação

Hoje em Dia
27/01/2016 às 17:29.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:11

O destino de R$ 1.9 milhão doado para as vítimas de Mariana, na região Central do Estado, deve ser decido pelos moradores afetados pelo rompimento da barragem Fundão. A recomendação é do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

À comissão gestora dos recursos e à prefeitura da cidade, o órgão estadual orientou, ainda, que que os valores arrecaddos sejam utilizados exclusivamente em benefício das vítimas, sem ser empregado em ações, obras e medidas de responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP.

No próximo sábado (30), haverá assembleia na cidade para definir o uso da verba arrecadada pela prefeitura. O dinheiro repassado à Arquidiocese de Mariana só será decidido em outra data, durante reunião entre o MPMG, arquidiocese e vítimas.

Prestação de contas

A prefeitura e a arquidiocese informaram que o valor doado até 21 de janeiro é de R$ 1,9 milhão. Os extratos bancários das contas abertas para receber o dinheiro foram encaminhados para o MPMG.

De acordo com a Promotoria de Justiça de Mariana, a Prefeitura informou a existência de três contas bancárias para receber doações em dinheiro. No total, foram doados cerca de R$ 1.025 milhão.

Já a Arquidiocese de Mariana apresentou extrato de movimentação bancária informando que havia na conta destinada às doações um valor correspondente a R$ 834.742,62.

Sobre o dinheiro da arquidiocese, uma comissão para gerir os recursos, juntamente com o arcebispo de Mariana e os párocos das comunidades atingidas, foi criada. Ficou definido pelo grupo que a aplicação dos fundos será definida após o fim das ações emergenciais de obrigação das empresas responsáveis pelas barragens.

Inquérito

Segundo o promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin, a instauração do Inquérito Civil para evitar desvios de recusos até o momento não identificou nenhuma irregularidade. "A Promotoria de Justiça de Mariana continuará agindo preventivamente, uma vez que, em outras tragédias no país, ocorreram desvios de doações, conforme amplamente divulgado pela mídia", informou.

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