Mulher mata marido envenenado no Santa Tereza após descobrir traíção

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
05/12/2016 às 15:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:57

Um homicídio planejado, motivado por traição e pela cobiça em uma apólice de seguro de vida. Esta é a conclusão da Polícia Civil a respeito da morte de Anselmo Vicente Ribeiro, de 42 anos, envenenado com chumbinho supostamente pela esposa Fabiane Viana do Vale, de 39. A vítima foi morta no dia 4 de setembro deste ano, no bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte.

O casal, que estava junto há 20 anos, tinha um filho e planejava se mudar para uma casa maior, com o objetivo de aumentar a família. Segundo a investigação da Polícia Civil, Fabiane tentava uma segunda gravidez, mas tinha dificuldades por estar em um período chamado climatério.

“Anselmo havia assinado, em julho deste ano, uma apólice no valor de R$ 800 mil, em caso de morte natural ou por acidente. Após o crime, Fabiane efetivou a venda do apartamento do casal, que já estava em curso, tentou vender a livraria e deu entrada no seguro de vida do marido”, explica a delegada responsável pelo caso, Alice Batello.

Premeditado

Segundo a delegaca Alice Batello, no dia do crime, a suspeita misturou chumbinho ao suco do companheiro. Anselmo começou a sentir-se mal, momento em que foi levado até seu quarto pela esposa.

A mulher contou com a ajuda da mãe, que chegou quando o genro já estava com os sintomas de envenenamento. A Polícia acredita que a sogra ainda amarrou a boca de Anselmo para evitar que a vítima continuasse a vomitar. Após o crime, Fabiane, com a ajuda da mãe, teria limpado o apartamento, no intuito de não deixar vestígios.

O Samu foi acionado pelo filho da vítima. A médica que esteve no local desconfiou das circunstâncias da morte de Anselmo e orientou que o corpo fosse encaminhado ao IML para exames. “Fabiane tentou convencer a médica socorrista a atestar o óbito e não levar o corpo para o IML, chegando a se ajoelhar e implorar para a referida profissional”, contou Batello. A suspeita teria, inclusive, chamado uma vizinha, que também era médica, a fim de convencer-lhe sobre a morte do marido por causas naturais.

Inicialmente, Fabiane disse à Polícia que o marido tinha síndrome do pânico e apresentava constantes crises de ansiedade. Segundo ela, Anselmo vinha fazendo uso, em grande quantidade, de suco de maracujá e chá de hibisco, o que poderia ter contribuído para a morte do companheiro, segundo sua versão.

Fabiane, que foi encaminhada para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Centro Sul, responderá por homicídio qualificado e, assim como a mãe, por fraude processual.

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