Uma mulher morreu na porta do Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (Ipsemg), no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte, na madrugada desta quinta-feira (21).
Ela tinha 47 anos e não era beneficiária do Estado. Estava no local como acompanhante da mãe, internada por causa de uma infecção urinária. A família alega que a unidade de saúde não prestou assistência. Já o Ipsemg diz que todos os protocolos vigentes de emergência foram adotados. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Conforme relatos da mãe, de 71, à Polícia Militar, a filha chegou ao hospital por volta das 10h dessa quarta-feira (20) para acompanhá-la. A filha começou a sentir dores no braço e no peito e buscou atendimento.
Ainda segundo a paciente, a mulher insistiu para que fosse atendida, mas teria recebido negativas por parte da equipe sob o argumento de que não era beneficiária do Ipsemg. Pelos relatos da idosa à PM, após muita insistência os profissionais do instituto aferiram a pressão arterial e os batimentos cardíacos. Em seguida, a teriam liberado, por volta de 1h desta quinta, orientando que procurasse uma UPA ou hospital de convênio.
Às 3h40, a mulher contou à mãe que ainda sentia dores e, por isso, foi à porta do Ipsemg procurar um transporte até outra unidade de saúde. Nesse momento, sofreu um mal súbito e caiu no chão. Ainda conforme a PM, pessoas que estavam no local chamaram pelos funcionários, que levaram a mulher para um novo atendimento. Ela foi socorrida, mas não resistiu.
Hospital
Segundo a PM, profissionais do Ipsemg informaram à mulher que o hospital é de uso exclusivo de beneficiários do Ipsemg, mas que avaliaram e constataram que o quadro da vítima estava dentro da normalidade, com pressão arterial e batimentos regulares. Por isso, foi recomendado procurar atendimento em outra unidade.
Em relação ao segundo atendimento, a equipe declarou aos militares que realizou todos os procedimentos possíveis para a reanimação. O responsável pelos trabalhadores ainda afirmou à polícia que o Ipsemg tem sistema de câmeras, que pode auxiliar no caso. O relatório médico não estava disponível, pois, conforme informado à PM, a mulher estava sem documento.
O Ipsemg informou que a vítima foi assistida pelos profissionais às 1h20, após sofrer um mal súbito. "Anteriormente, a paciente havia sido atendida por uma equipe de avaliação ao queixar-se de dores, quando se constatou que ela apresentava sinais vitais normais, estando acordada, conversando e andando normalmente", diz nota enviada.
O Ipsemg ainda declarou que a paciente recebeu "todos os atendimentos médicos de emergência, conforme os protocolos vigentes".
A Polícia Civil instaurou inquérito para a suposta omissão de socorro ou negligência referente ao caso. Conforme a corporação, "informações serão repassadas em momento oportuno". O governo de Minas foi procurado, mas não se pronunciou.