Cinco mil proprietários de imóveis localizados na bacia da Lagoa da Pampulha poderão ser multados em R$ 2.146 e responder por crime ambiental caso continuem a despejar esgoto na rede fluvial. As ligações clandestinas, tanto em Belo Horizonte quanto em Contagem, contribuem para a poluição dos córregos que deságuam no espelho d’água.
Na próxima semana, representantes das prefeituras de ambos os municípios se reunirão com a Copasa, que realizou o levantamento dos endereços com ligação de esgoto irregular. O objetivo é traçar as diretrizes da fiscalização, a ser desempenhada pela Vigilância Sanitária de cada cidade. “Vamos visitar cada casa. Também faremos um trabalho de conscientização”, diz o secretário regional da Pampulha, Humberto Abreu.
A medida faz parte do conjunto de 36 obras, no valor de R$ 102 milhões, de retirada e tratamento do esgoto que chega à lagoa. Segundo o superintendente de Serviços e Tratamento de Efluentes, Eugênio Álvares de Lima e Silva, cem litros de dejetos caem por segundo no local. O objetivo é zerar o número até dezembro.
Ajuda
Para pessoas de baixa renda, a Copasa subsidiará a ligação com a rede coletora e a instalação do ramal interno, orçados em R$ 2 mil. A maior parte das residências irregulares está em Contagem, mas foram flagradas mansões, como no bairro Bandeirantes, em BH, com esgoto clandestino.
“Não adianta gastar milhões se a população continuar jogando lixo e esgoto diretamente nos córregos”, diz o gestor do Programa de Despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha, Valter Vilela.
Obras
Ao todo, 11 mil residências em Contagem e em BH jogam dejetos diretamente nos córregos. No entanto, 6 mil não possuem a rede coletora disponível para a ligação. Para resolver a questão, serão construídos 60 mil metros de redes coletoras.
Das 36 obras previstas, 15 estão concluídas, entre elas a recém-inaugurada Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Braúnas, que eleva para 90% a quantidade de esgoto tratado da bacia da Pampulha.