"Não sou santo, mas no crime de Unaí não participei", diz acusado de chacina

Carlos Calaes - Hoje em Dia
30/08/2013 às 07:35.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:28

Rogério Alan Rios negou, de forma veemente, sua participação na execução dos três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego em 28 de janeiro de 2004, crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí, durante seu depoimento na noite desta quinta-feira (29). “Na cadeia, tive que dar conta de um crime que não cometi”, declarou à juíza Raquel Vasconcelos.

“Excelência, eu fui espancado, o médico legista olhou para mim e perguntou se eu havia caído. São nove anos de inferno na minha vida. Não sou santo, errei. Mas no crime de Unaí não tenho participação”, disse.

Ele continuou dizendo que em seu depoimento, Erinaldo Vasconcelos - que confessou o crime citando Rogerio - disse os dois cometeram as execuções. "Mas digo que foi ele e o Mauro de Jesus (seu ex-cunhado). "No dia 23 de janeiro eu fui para Salvador(BA). Dia 26 estive no aniversário do meu ex-sogro, pai da minha ex-namorada Rosedalva”, reforçou.

Quanto ao seu nome no livro do Hotel Athos, em Unaí, ele disse que precisava limpar seu nome que estava sujo. “Dei um xerox da minha carteira de identidade para o Mauro de Jesus limpar meu nome. Ele usou meus documentos para se passar por mim", disse.

Ele insiste que em fevereiro, Erinaldo lhe contou tinha acontecido. "Não tive mais contato com o Mauro de Jesus", disse. Ele disse que foi preso em Formosa (GO). "Na cadeia, eles alegaram: você não estava no crime de Unaí, mas segura a onda. O meu depoimento foi orquestrado pelos delegado Antônio Celso e Wagner Pinto de Souza", disse.

No então, ao ser interrogado em várias questões pelo procurador Vladimir Aras, Rogério disse apenas que se reservava o direito de permanecer em direito.

Ao ser interrogado pelo seu advogado, Sérgio Moutinho, ele respondeu todas as perguntas. Ele alegou que, durante o depoimento, não tomou um único copo de água, que não pode ir ao banheiro e urinou nas calças. Disse também que também foi torturado para assumir o crime. Ele alegou que, durante o período em que esteve preso, sofreu várias perdas, uma delas, seu avô. "Perdi um irmão assassinado, familiares ficaram doentes".

No final, um bate-boca entre advogados e defensores públicos precisou de uma intervenção mais enérgica da juíza Raquel Vasconcelos, que cortou o som dos microfones.

William Rocha Miranda, que atuou como motorista no dia do crime, se recusou a responder as perguntas da juíza e de procuradores. Respondeu apenas as perguntas de seu defensor público. Também negou qualquer participação nas execuções dos trabalhadores.

Na sexta-feira, os trabalhos prosseguem com os debates entre acuação e defesa. Os veredictos deverão ser conhecidos no final da noite de amanhã ou na madrugada de sábado.
 

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