(Leonardo Alvarenga / Divulgação)
Capaz de provocar acidentes e colocar em risco a vida de pedestres e motoristas, transitar pela contramão é manobra recorrente no trânsito de Belo Horizonte. Pelo menos 12 condutores são flagrados diariamente após cometer a irregularidade. De janeiro a março deste ano, 1.130 multas foram aplicadas na capital.
O ato de imprudência ao volante remete a dois casos recentes. Ontem, um motorista de 32 anos chegou a ser preso após fugir da polícia, entrar na contramão e provocar um acidente. Ele estava em um Cobalt que bateu em um Fusca próximo ao Complexo da Lagoinha, região Noroeste. O condutor do carro atingido, de 39 anos, não resistiu e morreu no local. À tarde, o motorista do Cobalt foi liberado após prestar depoimento.
Já na última sexta-feira, um adolescente de 16 anos também perdeu a vida após ser atropelado na Pampulha. Um Gol subiu na calçada depois de tentar uma ultrapassagem pela contramão e atingir o garoto.
Transitar no sentido contrário é infração gravíssima e rende sete pontos na carteira de habilitação. O motorista que comete o ato de incivilidade é multado em R$ 293,47. Para o engenheiro civil e mestre na área de transportes Silvestre de Andrade só a aplicação da multa não basta.
Além de assegurar a fiscalização com a presença ostensiva da polícia, ele cobra mais rigor na punição aos infratores. “O carro na mão de uma pessoa que não sabe utilizá-lo se torna uma arma. Quem dirige e mata, no caso de trafegar na contramão, assumiu o risco. O motorista tem que responder por homicídio doloso”.
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Silvestre de Andrade também garante que o número de multas aplicadas na metrópole está “muito aquém” da realidade. Segundo ele, há uma subnotificação. “A malha viária da cidade é enorme. É impossível a fiscalização estar presente em todos os locais. Hoje (ontem) mesmo me deparei com um motociclista na contramão”.
Para o assessor de comunicação do Batalhão de Trânsito da PM, tenente Marco Antônio Said, as ocorrências recentes são casos isolados. No entanto, ele reforça o perigo dessa irregularidade e garante que a fiscalização tem sido feita. Conforme o oficial, os registros são mais frequentes em locais onde não há grandes corredores viários.
“É uma infração que coloca em risco diretamente a integridade física do condutor e de quem estiver na via. Acontece mais em bairro, porque o cidadão conhece o local e, na correria do dia a dia, evitar fazer o retorno num local mais longe. É muita imprudência”, afirma.Editoria de Arte