(Maurício Vieira)
Após quase seis meses, os belo-horizontinos voltam a comer e beber nos bares da capital nesta sexta-feira (4). Porém, todos devem ter consciência de que não será possível ter as mesmas experiências da vida pré-pandemia, pelo menos enquanto não houver uma vacina contra a Covid-19. Voltar a tomar uma cervejinha ou apreciar um tira-gosto será uma ação acompanhada de muitos cuidados para não correr o risco de ser contaminado pelo novo coronavírus.
De acordo com o médico Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento da Epidemia da Prefeitura de Belo Horizonte, as pessoas estão emocionalmente esgotadas e querem sair do isolamento social. Como os números de infectados e da ocupação de leitos controlados, foi possível planejar uma reabertura.
“Mas, o fato de liberarmos o retorno dos bares não quer dizer que não há mais riscos. É importante que as pessoas cumpram os regramentos, seja no bar, no shopping, ou em qualquer lugar para o lazer. Todos precisam saber que há um risco individual, pois a pessoa ainda pode pegar a doença, ser hospitalizada e morrer”, afirmou.
O médico lembra que a atitude mais segura é curtir a cervejinha sem sair às ruas. “Quem tem energia para ficar em casa, ainda tem essa resiliência, pode ficar, porque no bar, mesmo que se faça tudo certinho, ainda existem riscos”.
Mas, depois de quase seis meses de quarentena, muita gente está com vontade de matar saudade daquele bar preferido. Para elas, seguem recomendações preciosas de Estevão Urbano:
- Evite locais fechados e dê preferência para ambientes abertos e ventilados. A disposição de mesas e cadeiras deve permitir distanciamento de 2 metros entre as pessoas;
- Não vale dar beijo no rosto ou abraço nos amigos, mesmo que estejam de máscara (pois ela não oferece uma proteção completa). Cumprimente de longe com um aceno;
- Se você for registrar o retorno ao bar com uma foto, não caia na tentação de fazer uma selfie com os amigos. Mesmo que a foto seja rápida, uma pequena aproximação pode levar à transmissão do novo coronavírus. Ou seja, mantenha a distância de 2 metros mesmo na hora da foto;
- Fique com a máscara sempre que não estiver bebendo ou comendo. Na hora da degustação, você pode guardar a máscara em um invólucro apropriado (pode ser um saquinho ou um envelope). Não há problema em deixar a máscara no queixo, no momento de comer ou beber, desde que tome cuidado para não haver uma autocontaminação. Ou seja, só toque na máscara pelas laterais e com as mãos higienizadas;
- Ao sentar, já deixe o potinho de álcool em gel 70% em cima da mesa. Dessa forma, fica mais fácil se lembrar de limpar as mãos com uma boa frequência. O melhor é limpar as mãos toda vez em que tocar uma superfície que não tenha sido higienizada e sempre que tiver que mexer na máscara;
- Não compartilhe comida do mesmo prato. Se pediu tira-gosto, sirva o alimento em pratinhos individuais. Muito cuidado para não deixar o rosto se aproximar do prato que será compartilhado. E não compartilhe talheres;
- Se possível, não vá ao banheiro do bar. Mas se não tiver jeito, siga as recomendações: vá de máscara, lave bem as mãos antes e ao sair. Use água e sabão e lave por 20 segundos;
- Não vá ao bar se você tiver mais de 60 anos ou se alguma comorbidade (em especial, quem tem cardiopatia, hipertensão, diabetes ou obesidade). Também é melhor não ir ao bar se houver alguém de grupo de risco na sua casa;
- A máscara perde a capacidade de filtração quando está úmida. Então, tenha sempre uma máscara reserva na bolsa. O ideal é ter dois pacotinhos: um para as máscaras sujas e outro para as limpas;
- Não há estudo que mostre se a máscara ou o face shield podem ser mais eficientes em um ambiente de socialização, como um bar ou um restaurante. Com um ou outro equipamento, o indivíduo deve sempre se lembrar de manter distanciamento dos amigos e dos garçons.
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