(FREDERICO HAIKAL)
Reconhecidamente um dos arquitetos mais importantes do mundo, o carioca Oscar Niemeyer (1907 – 2012) poderá ganhar em Belo Horizonte um espaço próprio – que contará a história do arquiteto, as minúcias dos seus projetos e suas obras em Minas.
Em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, a socióloga Ana Lúcia Niemeyer, neta de Oscar e presidente da Fundação que leva o nome do avô, que visitou a capital mineira esta semana, contou os planos da instituição. Embora embrionária, a ideia é criar, na região da Pampulha, um Centro de Arquitetura de Oscar Niemeyer. Nele, o público terá contato com a totalidade da obra do arquiteto – serão disponibilizados materiais iconográficos, fotografias e desenhos de projetos.
Além disso, o visitante será convidado a conhecer pessoalmente as obras de Niemeyer na cidade. Nos monumentos, existirão registros históricos da sua criação – uma proposta de fortalecer o turismo na capital.
Para comportar tanto material (são mais de 700 projetos – nem todos construídos), Ana quer privilegiar as plataformas virtuais e interativas. “A ideia é criar espaço semelhante ao Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, ambos em São Paulo”, explica. E onde seria esse Centro? Ana já cogita um lugar em especial: a Casa do Baile, paixão confessa de Niemeyer.
Um ‘tour Niemeyer’ em vista
“Há 15 anos a Fundação tem o desejo de transformar a Casa do Baile no Centro de Arquitetura de Oscar Niemeyer.ugar que era considerado por ele próprio, no conjunto arquitetônico da Pampulha, como um dos mais significativos – porque carrega a marca de todo conjunto da sua obra”, explica Ana Lúcia Niemeyer, atual presidente da Fundação Oscar Niemeyer, durante a passagem por Belo Horizonte.
Nos próximos dias, ela retorna à capital na tentativa de alavancar o projeto. Desde já, no entanto, Ana Lúcia deixa claro que, bem mais que uma “casa” para Niemeyer, o Centro será a representação física da Fundação na cidade, abrindo diálogo com gestores e cidadãos – espaço que Fundação ainda batalha por conquistar não apenas aqui, mas Brasil afora.
“A prefeitura de Belo Horizonte tinha muito contato com o escritório dele, mas nenhum com a Fundação. Em Brasília não é diferente. Apesar de ser muito visitada, principalmente por arquitetos estrangeiros, não há o atendimento ideal. A Fundação quer criar tours em todas as cidades onde ele atuou. Brasília é Patrimônio da Humanidade e, se tudo der certo, a Pampulha vai ser também”.
No último dia 12, o conjunto modernista da Pampulha oficializou sua candidatura a Patrimônio Cultural da Humanidade. O título é creditado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O resultado será divulgado em 2015.