(Prefeitura de Nova Era / divulgação)
“Desde 1979 não se via nada parecido com a enchente que enfrentamos agora”, desabafa o prefeito de Nova Era, na região Central do estado, Txai Costa (Rede Sustentabilidade). A cota de alerta para avisar a população de que há risco de inundação é de 3,5 metros; com 4 metros, explica o prefeito, algumas áreas já são inundadas. “O Rio Piracicaba, nesta madrugada (10), registrou 7,84 metros. E, de acordo com a medição feita ao meio-dia, ele tinha baixado apenas 3 centímetros, o que é muito pouco.” - lamenta.
Segundo Txai Costa, mais de duas mil pessoas foram atingidas pela enchente. “Só nos abrigos oficiais há 360 pessoas. E o número não para de crescer, porque ainda há pessoas ilhadas na cidade, que estão sendo resgatadas. Só hoje (10) foram 15.” explica Costa.
Desabrigados e desalojados que estão provisoriamente em escolas do município, recebem atendimento psicológico e a visita de equipes médicas que prestam socorro e oferecem vacinas contra a gripe e contra a Covid. Funcionários da prefeitura fazem o levantamento de perdas e danos para elaborar um plano de recuperação do município.
O prejuízo é muito grande, já que o rio corta a cidade ao meio e todo o centro comercial está debaixo d 'água. A agência da Caixa, que é referência para atendimento de moradores de outras cidades, está tomada pela enchente do rio, assim como as três principais lojas de material de construção do município, além de pequenos comércios de roupas e prestação de serviços.
Os moradores só conseguem acessar o outro lado da cidade pela BR 381, já que a ponte pênsil sobre o Rio Piracicaba foi levada pela correnteza do rio no fim de semana. Ela ligava os bairros Sagrada Família e Estação ao Castelo.“Só restaram as cabeceiras e amanhã (11) vou enviar um projeto para a Câmara propondo a substituição do modelo por uma ponte para automóveis” - declarou o prefeito do município.
Outra preocupação é o comprometimento da estrutura de um dos principais cartões postais da cidade, a Ponte dos Arcos, inaugurada no século passado por Getúlio Vargas. Assim que o nível da água baixar, técnicos da prefeitura vão avaliar as condições da ponte histórica. "Se a ponte da BR 381 inundar, não sei como vamos fazer" - conclui Txai Costa.
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