Kalil visita obra na avenida Vilarinho, em Venda Nova, e fala sobre redução da passagem de ônibus (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
O clima entre o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) está pesado. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25), o chefe do Executivo afirmou que o Projeto de Lei que reduz o preço das passagens de ônibus na capital está travado na CMBH porque existem vereadores que buscam desgastar a imagem da Prefeitura.
De acordo com Kalil, para desgastá-lo, parlamentares estão travando a pauta que reduz a tarifa dos ônibus em R$ 0,20.
"Nós estamos com um projeto dentro da Câmara. Um projeto que alivia a população e parece que um, dois, três ou meia dúzia querem levar o transporte público para o caos (...) Tentaram transformar o transporte público num caos como se isso fosse desgastar o prefeito. Não vai desgastar, porque a população não é burra e sabe que o prefeito resolveu. Está lá na Câmara, afirmou.
O projeto da redução da passagem foi anunciado pelo prefeito em dezembro de 2021 e enviado para análise da CMBH em 15 de fevereiro. O texto prevê o pagamento de subsídio por parte da PBH para bancar o custo das gratuidades no transporte público.
Na última segunda-feira (21), o Ministério Público de Contas de Minas Gerais (MPC-MG) enviou um documento à Câmara recomendando "extrema atenção" ao projeto e, caso necessário, o reenvio do texto ao Executivo para que fossem apresentadas novas explicações sobre os cálculos usados para justificar a redução da tarifa.
Nesta sexta (25), Alexandre Kalil criticou o documento do MPC-MG e questionou a atividade da CMBH diante do Projeto de Lei.
"Eu quero falar o seguinte para esse um milhão de pessoas que anda por dia no transporte público de Belo Horizonte: nós fizemos tudo, no dia que for aprovado (o projeto), a passagem cai. Isso tá na Câmara (...) Eu ouvi falar que o Ministério Público de Contas mandou devolver o projeto. Então para que serve a Câmara Municipal? É para melhorar, para perguntar, para fazer coisa séria. Não vamos prejudicar a população que precisa pagar barato nesse transporte", afirmou o prefeito.
A presidente da CMBH, vereadora Nely Aquino (Podemos), afirmou em nota que a Casa está sempre aberta ao diálogo e que convidou o prefeito para tratar do tema dos ônibus em 2 de fevereiro e não foi atendida.
"Ainda na audiência no Poder Judiciário, em que ele não participou, fizemos a proposta de retomada do Comitê de Repactuação do Contrato dos Ônibus e Reformulação de Tarifas do Transporte Coletivo. O Procurador-Geral do Município disse que iria consultá-lo e ainda estamos sem resposta a respeito do restabelecimento do fórum que julgamos adequado para definição desse importante tema. Se o prefeito quiser voltar atrás em relação à resposta que deu, o plenário segue a sua disposição como lhe foi oferecido há 22 dias", afirmou a parlamentar.
Obras na avenida Vilarinho
A entrevista concedida pelo prefeito aconteceu nas obras de retenção de águas pluviais na avenida Vilarinho, região de Venda Nova. Na ocasião, Kalil confirmou que a Prefeitura prepara o reenvio de projeto para financiamento de obras contra enchentes na bacia do Ribeirão Isidoro nas regiões Norte e Venda Nova, em BH.
O município já tentou emplacar a medida, mas foi barrado pelo Legislativo em março de 2021.
"É uma pena o que aconteceu porque nós ainda temos o financiamento que eu vou pôr de novo na câmara. Então, o que nós esperamos é tirar essa região tão importante e tão legal que é Venda Nova das páginas policiais, das tragédias", afirmou.