(Eugênio Moraes)
Os usuários do transporte público de Belo Horizonte não aprovaram em nada o aumento da passagem. Muitos só souberam nesta segunda-feira (10), primeiro dia útil após o reajuste – que começou a valer no sábado (7), quando saíram de casa para trabalhar ou resolver problemas pessoais. Nos ônibus convencionais, o valor do transporte municipal passa de R$ 3,10 para R$ 3,40.
Foi o caso da autônoma Sheila Damásio, de 39 anos, que foi até o Centro para uma consulta médica. Normalmente ela usa o transporte público todos os dias, embarcando em quatro ônibus, sendo dois para ir até o trabalho no bairro Ipiranga e dois para voltar para casa, no bairro Vitória, ambos na região Nordeste.
“Vai afetar minha renda pois como sou autônoma eu pago minha passagem integralmente e isso vai pesar ainda mais no bolso. São 30 centavos, mas que no final do mês fazem muita diferença”, lamentou.
Autônoma Sheila Damásio diz que vai pesar, e muito, no bolso pagar a mais pela passagem. Foto: Eugênio Moraes/ Hoje em Dia
O segurança Alexandre Souza Ferreira, de 30, considerou o aumento absurdo. Ele usa dois coletivos por dia para ir até o trabalho. “Tenho até receio que as empresas queiram demitir funcionários por causa do custo com passagem, que está alto”, disse. “É um aumento abusivo”, completou a auxiliar administrativo Renata de Almeida, de 41.
A estudante Ana Carolina Ventura, de 20, estuda no bairro Grajaú (Oeste) e recentemente passou a morar na região de aluguel para economizar no gasto com passagem. Ainda assim, ela necessita do ônibus em média duas vezes por semana. O novo aumento também não a agradou. “Isso vai atrapalhar porque é um gasto a mais”, afirmou.
Briga na justiça
A liminar que suspendia o reajuste de 9,68% foi cassada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais no início da noite de sexta-feira (7). O aumento das tarifas de ônibus e táxi-lotação foi publicado no dia 31 de julho no Diário Oficial do Município (DOM). A previsão era de que o novo valor entraria em vigor a partir do dia 4 de agosto. No entanto, a Defensoria Pública entrou com um recurso no mesmo dia da divulgação dos novos valores e o reajuste foi suspenso pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal.
Na ocasião, a Defensoria pediu 180 dias de suspensão até que fossem verificados os custos operacionais do sistema. Durante a semana, a Prefeitura de Belo Horizonte entrou com recurso para garantir o aumento tarifário.
A revisão das tarifas vale também para as linhas integradas ao metrô. Os circulares passam de R$ 2,20 para R$ 2,45. A corrida de táxi-lotação passa para R$ 3,75 e para os suplementares os passageiros terão que desembolsar entre R$ 2,45 e R$ 3,40. Os créditos eletrônicos do Cartão BHBus Vale-Transporte adquiridos até ontem terão o valor de compra mantido por 45 dias.
*Com Gabriela Sales