(Arquidiocese de Belo Horizonte/Divulgação)
O plano de voo das aeronaves que utilizam o Aeroporto da Pampulha deverá ser alterado devido à construção de uma torre de cem metros de altura prevista no projeto da Catedral Cristo Rei. O templo está sendo erguido na avenida Cristiano Machado, no bairro Juliana, na zona Norte de Belo Horizonte, e está na rota dos aviões. A chegada da igreja também vai demandar obras de mobilidade urbana na região.
Nessa segunda (1º), a prefeitura da capital anunciou que o projeto é de interesse público. Com o reconhecimento, um novo planejamento deverá ser feito pela Aeronáutica. Entretanto, não há data para que as medidas entrem em vigor, já que a intervenção deve começar apenas em 2020.
De acordo com a secretária de Políticas Urbanas da PBH, Maria Caldas, a estrutura excede em 30 metros a altura máxima permitida. “Com a declaração, a Aeronáutica passa a reconhecer a obra como um obstáculo à circulação das aeronaves e passará a incluir a torre na carta de voo aos pilotos”, afirmou.
Estudos sobre a mobilidade urbana na região, evitando transtornos no tráfego, também estão sendo feitos. O motivo é a movimentação turística que a catedral deve ter, com a presença de milhares de visitantes de cidades da Grande BH e do interior de Minas. “O templo deve atrair um fluxo muito grande de pessoas e vai gerar a necessidade grande de intervenções viárias. O projeto da catedral já prevê a construção de um viaduto”, apontou a secretária.
A BHTrans informa que há estudos ainda inconclusos sobre o impacto para mobilidade na região. Os documentos, porém, carecem de projeto executivo e não podem ser detalhados, conforme a autarquia que regula o trânsito na capital afirmou por nota. A Infraero, responsável por administrar o Aeroporto da Pampulha, e a Força Aérea Brasileira também não se manifestaram.
Projeto
O projeto da Catedral Cristo Rei foi o último idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. As intervenções começaram em 2013 e, segundo a arquidiocese, não há prazo para o término, pois o avanço da construção depende de doações. Atualmente, apenas o setor de acolhida da igreja está pronto. A torre e a nave, como é chamado o local onde serão realizadas as celebrações litúrgicas, devem começar em 2020.
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor comemorou a medida. “É uma obra não só de interesse social, mas também cultural, artístico, comunicacional e de espiritualidade. E acrescento que a catedral significará para BH e Minas o mesmo que o Cristo Redentor significa para o Rio de Janeiro”, disse.