(Flávio Tavares)
Pelo menos 41 veículos são tomados por bandidos diariamente em BH. De janeiro a setembro deste ano foram 11.341 ocorrências de furtos ou assaltos. Desses, menos da metade foram recuperados (5.327), segundo dados do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).
Na tentativa de barrar as ações dos criminosos e aumentar o índice de automóveis que voltam para os respectivos proprietários, as estradas, que estão entre as principais rotas de fuga utilizadas, contarão com um reforço na fiscalização. Foi lançada ontem uma ferramenta que informa aos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo celular, casos de furtos, roubos, sequestros ou clonagens de veículos.
“A maior parte dos veículos que prendemos nas estradas foram roubados dentro das cidades. A ferramenta vai nos ajudar a impedir a fuga em muitos dos casos”, afirma o porta-voz da corporação em Minas, Inspetor Aristides Júnior.
Ele explica que já existia um sistema de alerta onde as vítimas podiam cadastrar os dados dos veículos. Mas, somente agora, as informações são enviadas para os celulares dos policiais que estiverem em serviço operacional num raio de 100 km do local da ocorrência, ou por onde o veículo possa vir a passar.
O objetivo do sistema, chamado Sinal, é localizar os veículos com maior rapidez e facilidade. Para inclusão de registro, a vítima deverá acessar o site prf.gov.br/sinal e fornecer as informações. O programa, contudo, não substitui a lavratura de boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Para o ex-delegado e especialista em segurança pública Islande Batista, a plataforma facilita tanto para a vítima quanto para as autoridades. “A pessoa consegue registrar de casa e chega mais rápido ao sistema, então a solução também deve ser mais imediata”, observa Islande, que já chefiou o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio.
Por outro lado, apesar de acreditar que, ao localizar os veículos com rapidez, outros casos também possam ser solucionados, ele lembra que carros podem ser levados para desmanches, impedindo a localização.
(Colaborou Tatiana Lagôa)