Nova Lima garante preservação de área cobiçada por construtoras

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
12/03/2013 às 06:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:48
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Após anos de instalação desenfreada de empreendimentos imobiliários em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, a prefeitura decidiu garantir, permanentemente, a preservação de uma das poucas áreas verdes que ainda resistem. Seguindo recomendação do Ministério Público, a administração municipal providencia o tombamento da Serra do Souza, área às margens da MG-030 cobiçada por construtoras.

A medida visa preservar o caráter paisagístico do local e garantir a manutenção do corredor ecológico existente na região. A Serra do Souza faz a interligação entre as bacias do rio Paraopeba e do rio das Velhas.
 


Uma autorização da Prefeitura de Nova Lima para construção de edifícios de mais de 20 andares nas imediações do paredão foi anulada por ação do Ministério Público, em 2010. Mas as construtoras não desistiram e pleiteiam, agora, junto ao Estado, sinal verde para lotear a área, que faz limite com o condomínio Vale dos Cristais.

“Para evitar problemas com as construtoras, o MP decidiu entrar com essa recomendação de tombamento. “A necessidade é iminente, depois que foram feitos laudos técnicos atestando a importância da área para a região”, explica a promotora de Justiça da cidade, Andressa Lanchotti.


Patrimônio nacional

Desde a década de 30, a paisagem constitui patrimônio histórico e artístico nacional, caracterizada como sujeita ao tombamento. A recomendação foi recebida na semana passada pela prefeitura, que teve 30 dias para apresentar uma posição oficial.

Mas apenas uma semana foi o suficiente para uma manifestação. Em nota, a prefeitura informou que “a atual administração entende que a medida só trará benefícios para a cidade, uma vez que é necessário e urgente assumir a defesa do rico patrimônio natural de Nova Lima, preservando a biodiversidade e garantindo a qualidade de vida da população”.

Uma vitória para todos. Integrante do movimento SOS Nova Lima, Júlio Grillo ressalta a importância dessa medida para a preservação de nascentes e flora rara. “Não se deve destruir algo tão valioso para prestigiar empresas, mesmo que elas tenham financiado campanhas de governantes. A beleza natural é insubstituível e não tem preço”.

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