Nova reunião discutirá futuro de ocupação que está há 23 dias em prédio no Centro de BH

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
28/09/2017 às 18:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:47
 (Pedro Gontijo)

(Pedro Gontijo)

As negociações para o desfecho da ocupação Carolina Maria de Jesus, iniciada há 23 dias no Centro de Belo Horizonte, mais uma vez não resultaram em acordo. Uma nova reunião entre o Estado e as lideranças do movimento foi agendada para a próxima segunda-feira. Até lá, a expectativa é que os manifestantes permaneçam no edifício localizado na avenida Afonso Pena.

Cerca de 200 famílias continuam morando em pelo menos três andares do prédio que foi ocupado na manhã do dia 6 de setembro. Apesar da ordem de reintegração de posse já ter sido expedida pela Justiça mineira, o Estado busca alternativas para que a saída dos manifestantes aconteça sem a necessidade de uso da força policial. 

Durante a manhã de ontem, a Mesa de Diálogo e Negociação Permanente com as Ocupações Urbanas, Rurais e Socioambientais do governo mineiro criou uma Câmara Setorial com participação das lideranças do Movimento de Luta em Bairros, Vilas e Favelas (MLB). De acordo com o órgão, o objetivo é “construir propostas que busquem a saída pacífica do imóvel e a garantia dos direitos sociais das famílias envolvidas no conflito”

De acordo com Leonardo Vieira, da direção nacional do MLB, as famílias reafirmaram que a negociação deve ter como embasamento o Estatuto das Cidades e que qualquer proposta de reassentamento deve ofecer um local que esteja em condições iguais ou superiores às da ocupação.

“Recebemos uma proposta de bolsa moradia, que é a oferta de um valor mensal de R$ 500 para auxílio no aluguel, mas isso não resolve o problema das famílias”, afirma Vieira. 

Proprietários

A Fundação Sistel de Seguridade Social, proprietária do edifício ocupado, afirma que continuará aguardando o cumprimento da ordem de reintegração de posse. O advogado e porta-voz da empresa, Tarcísio Fontenele, afirma que o trâmite para a retirada dos moradores já está em fase de execução. “Do nosso lado já fizemos o que poderíamos. Temos agora que aguardar o Estado agir”.

 de reuniões para acontecer", afirma o Major Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da corporação. 

Coordenada pelo MLB, a ocupação Carolina Maria de Jesus é formada por famílias de outras ocupações, ex-moradores de rua e pessoas despejadas por não conseguirem pagar aluguel.

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