(Renato Santos)
Uma operação envolvendo cerca de 120 policiais militares e civis de Minas Gerais e São Paulo frustrou a ação de uma quadrilha especializada em roubo a banco e terminou com a morte de nove criminosos, na madrugada deste sábado (22), em Itamonte, no Sul de Minas. Outros cinco suspeitos foram presos e um continua foragido. A ação conjunta, que contou ainda com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), vinha investigando o grupo - formado por assaltantes mineiros e paulistas - há pelo menos oito meses, conforme o delegado chefe do 17º Departamento de Polícia Civil de Pouso Alegre, João Euzébio, responsável pela operação. Além de roubar caixas eletrônicos das cinco agências da cidade, a quadrilha planejava dominar o pelotão da Polícia Militar local. "A quadrilha, especializada em explosão de caixas eletrônicos, vinha atuando no ramo em agências de Minas Gerais e de São Paulo. Desde pelo menos meados do ano passado, diversos roubos já haviam sido praticados. Nesta semana, tivemos a informação de que agiriam no Sul de Minas", explicou o delegado.
De acordo com o vice-presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (Concpc) para a região Sudeste, Cylton Brandão, a migração dos criminosos entre os estados é constante. "É conversando diariamente que podemos nos preparar melhor para enfrentar as quadrilhas cada vez mais articuladas que atuam pelo interior do país”, explica o chefe da Polícia Civil de Minas. A ação Nesta madrugada, após o trabalho de inteligência das polícias, a ação dos criminosos foi descoberta e um plano de ataque armado no centro da cidade. Após atacarem uma agência do banco Bradesco, os bandidos foram surpreendidos pela polícia e houve troca de tiros. Durante a perseguição policial, que percorreu ruas e avenidas da cidade, nove deles acabaram mortos e outros cinco foram presos. Um policial civil de São Paulo também foi atingido e está internado em um hospital de São Lourenço, na região. Ele não corre risco de morrer. Sete carros foram apreendidos, além de forte aparato que seria utilizado durante a ação, como fuzis, espingardas calibre 12, pistolas, bananas de dinamite, munição e coletes à prova de bala. O material roubado da agência bancária foi recuperado, mas a polícia ainda não contabilizou o prejuízo ao banco nem o valor em dinheiro retirado dos caixas. Um suspeito, que fugiu a pé por um matagal, está sendo perseguido pela polícia. Itamonte é uma pequena cidade no Sul de Minas com 15 mil habitantes. Em novembro do ano passado duas agências bancárias foram atacadas por quadrilhas armadas vindas de São Paulo.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o Jeferson Botelho, superintendente de Investigações e Polícia Judiciária de Minas Gerais, explicou que a polícia de São Paulo já havia apreendido integrantes da mesma quadrilha com um caixa de uma das agências explodidas em Itamonte em 2013.
Na tarde de sexta-feira (21) a Polícia mineira recebeu a informação de que um novo ataque aconteceria na madrugada deste sábado (22) ao Bradesco de Itamonte. A quadrilha passaria antes por Passa Quatro e Itanhandu. Além da agência báncária, os suspeitos tinham planos de atacar o quartel da Polícia Militar de Itamonte, onde foi morta.
De acordo com Botelho, um dos integrantes foi enviado antes para a cidade para analisar os hábitos da Polícia Civil na cidade. Os suspeitos ainda estão sendo identificados mas um seria morador do Sul de Minas e irmão de um policial.
Atualizada às 13h39