Novos prédios impactam trânsito no Ouro Preto

Raquel Ramos - Hoje em Dia
05/08/2014 às 07:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:39
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Ainda se adaptando aos impactos trazidos pelo crescimento imobiliário dos últimos anos, o bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, ganhará um novo empreendimento que deverá sobrecarregar, ainda mais, o trânsito local. O Centro de Lazer do América, localizado na rua Mantena, dará espaço a um condomínio que, mesmo sem data definida para início das obras, já preocupa a vizinhança.

Para a área de aproximadamente 18 mil metros quadrados, onde hoje existem piscinas, campo de futebol e quadras esportivas, está prevista a construção de duas torres, de dez andares cada, com 128 apartamentos. A responsabilidade pela obra é da Direcional Engenharia, que já lançou outros quatro empreendimentos no bairro.

O lugar utilizado pelos sócios do clube como estacionamento também está reservado pela Patrimar que, a princípio, transformará o terreno em um prédio com salas comerciais.

Preocupação

Para os moradores, o incômodo antecipado com o empreendimento vizinho tem fundamentos. Há alguns anos, eles convivem com o trânsito intenso bem na porta de casa, sobretudo por estarem a um quarteirão da avenida Fleming que, com diversas opções de bares e restaurantes, é uma das vias mais movimentadas da região. Além disso, alterações viárias realizadas em 2013, no período da Copa das Confederações, tornaram a rua Mantena a principal rota para quem deseja ir aos bairros vizinhos, como Santa Terezinha, Castelo e Paquetá.

“Quando estou de carro, já gasto alguns minutos na porta da garagem até conseguir sair. Nos horários de pico, a rua fica parada como uma grande avenida”, afirma Fernando Schmidt, de 27 anos. Uma possível solução para amenizar os transtornos, na opinião do representante comercial Carlos Aílton Pereira, seria transferir a entrada e saída dos automóveis do novo prédio para ruas laterais, como a Zilah Correia de Araújo ou Apucarana.

Mais do que trânsito, a dona de um salão de beleza Cirlene Lopes – que tem duas janelas do apartamento viradas para o clube – lembra da poeira e barulho de obras que devem importuná-la por bastante tempo. “Moro aqui há 15 anos e, pelo que conheço da região, acredito que já tenha extrapolado a capacidade dela de receber empreendimentos de grande porte”.

Permuta viabilizou o negócio

O Clube do América está desativado desde maio de 2013. Nessa época, o conselho de administração do time aprovou a permuta do terreno com as construtoras Direcional Engenharia e Patrimar.

A conclusão do negócio dependia da aprovação de cláusulas para a alienação do imóvel já que o lote onde funcionava o complexo de lazer do América foi doado pelo governo estadual na década de 40.

Em junho deste ano, foi aprovado o Projeto de Lei 4.552/13, de autoria do deputado Alencar da Silveira Jr., que retirou as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade do lote.

Construtora já possui o alvará para dar início à execução do projeto

Responsável pelas intervenções que serão feitas no Centro de Lazer do América, a Direcional Engenharia informou que o projeto da empresa foi aprovado em todas as etapas de licenciamento. O empreendimento também já tem alvará de construção, segundo a Secretaria Municipal de Regulação Urbana. Em geral, as obras se iniciam seis meses após lançado.

Apesar da grande estrutura prevista para o futuro condomínio, a Lei Municipal 9.959/10 não o classifica como empreendimento de impacto. Nessa categoria, estão apenas os projetos com mais de 300 apartamentos ou aqueles que venham a causar alguma repercussão ambiental significativa.

Pela regra, empreendimentos maiores precisam de passar pelo crivo do Conselho Municipal de meio Ambiente (Comam). Os de menor porte, que trazem apenas efeitos urbanísticos, dependem do licenciamento concedido pelo Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur).

A BHTrans também analisa os relatórios de impacto apresentados pelo empreendedor. Em nota, a autarquia esclareceu que, quando necessário, solicita ajustes para mitigar problemas no futuro. Entre as medidas adotadas, pode estar a implantação de mão única em determinada rua, nova sinalização ou até mesmo a construção de uma via.

A Patrimar confirmou ter posse de parte do terreno, mas não deu outras informações sobre o projeto previsto para o local.

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