(Divulgação)
A nova rodoviária de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel, na região Nordeste, deve finalmente sair do papel. A BHTrans informou que as obras começam em agosto, três anos e cinco meses após a homologação da licitação. O consórcio responsável é o SPE Terminal BH, formado pelas empresas paulistas Socicam, Planova, Villanova, Telar e Amafi.
A limpeza do terreno de 35,5 mil metros quadrados será feita em junho e julho. O prazo para a construção é de 18 meses, ou seja, o empreendimento tem previsão de entrega em janeiro de 2017.
O consórcio investirá R$ 60 milhões na construção do prédio do terminal e R$ 6,5 milhões na implantação do sistema viário de acesso. Conforme a Parceria Público-Privada (PPP), o consórcio constrói e gere por 30 anos o empreendimento e depois devolve ao poder público.
Houve custos com desapropriações e limpeza do terreno, mas o valor não foi informado pela prefeitura. O local está tomado pelo mato e pelo entulho das casas que foram derrubadas.
Conclusão
Está previsto em contrato que, após a liberação dos terrenos, a empresa tem seis meses para iniciar a construção do terminal. A obra precisa ser concluída um ano e meio após iniciada.
A BHTrans informou que todas as desapropriações foram feitas e que 288 famílias foram indenizadas. Atualmente, cerca de 30 famílias vivem nas proximidades, mas fora do perímetro do novo terminal, segundo a empresa.
Conforme a BHTrans, a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) negocia a saída dessas pessoas do local.
Desapropriações: Favela construída às margens do terreno ainda precisa ser retirada, mas casebres não atrapalham construçãodo prédio da nova rodoviária (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia)
Até 40 mil passageiros por dia com possibilidade de expansão
O terminal rodoviário terá capacidade para atender a 40 mil passageiros por dia. A capacidade de ampliação do atendimento ao público em dias de maior movimento irá aumentar.
Serão dois pavimentos e 41 plataformas para embarque e desembarque no primeiro piso – com expansão prevista para 56 plataformas–, além de 400 vagas cobertas para estacionamento no segundo piso, praça de alimentação próxima à área de espera e 70 bilheterias.
Segundo a BHTrans, o estacionamento será administrado pelo concessionário, mas o valor cobrado ainda não foi definido.
A rodoviária será integrada ao Move, implantado na avenida Cristiano Machado, e ligada por passarela à Estação BHBus, com integração com o metrô, linhas municipais e intermunicipais.
A prefeitura informa que o terminal será construído de acordo com princípios sustentáveis, com acessibilidade, ventilação e iluminação naturais, aquecimento solar da água de serviço e banhos. O embarque, desembarque e serviços serão todos feitos no mesmo nível, o que facilita e diminui os deslocamentos dos usuários.
Agilidade
Os ônibus que chegarem e saírem da nova rodoviária utilizarão obrigatoriamente o Anel Rodoviário. Conforme a BHTrans, a mudança de local vai aliviar o trânsito no entorno do atual terminal rodoviário e atenderá melhor à demanda de usuários, oferecendo mais conforto, em instalações modernas.
Na rodoviária atual, as áreas de embarque e desembarque são separadas fisicamente, o que não ocorrerá no terminal novo. Assim, as operações podem ser direcionadas de acordo com a demanda, permitindo o atendimento sem alteração no número de baias.
O sistema viário no entorno da nova rodoviária será adaptado. Segundo a BHTrans, o projeto vai requalificar a área com equipamento público que possibilite a criação de novos postos de trabalho e melhorias na infraestrutura da região.
As empresas do consórcio não se manifestaram sobre o atraso nas obras. No próprio site de uma das empresas envolvidas, a Socicam, há a informação de que a previsão de operação do terminal seria em janeiro de 2014.
O consórcio SPE Terminal BH administra outras rodoviárias no país, como a Novo Rio, na capital fluminense, e a de Poços de Caldas, no Sul de Minas