Obras no Sul de Minas não devem ficar prontas antes do período chuvoso

Margarida Hallacoc - Do Hoje em Dia
19/09/2012 às 07:12.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:24
 (Reginaldo Santos/Hoje em Dia)

(Reginaldo Santos/Hoje em Dia)

VARGINHA – Pode não parecer, mas obras de prevenção a desastres comuns ao período da chuva existem em Minas Gerais. O ritmo de implantação, porém, não acompanha o ciclo do tempo. No Sul de Minas, intervenções para dar mais segurança à população completam aniversário de dois, três anos, e pouca chance têm de ser entregues antes dos próximos temporais.

Em Santa Rita do Sapucaí, a construção de uma galeria para agilizar o escoamento da água durante as cheias do rio Sapucaí foi planejada em 2010, a um custo de R$ 3 milhões. A obra foi licitada com garantia de recursos dos governos estadual e federal.

No entanto, operários e máquinas começaram a trabalhar somente agora. Bairros populosos como o Maristela e o Fernandes, onde residem 8.000 dos 37 mil habitantes de Santa Rita do Sapucaí, continuarão sob o risco de inundações em 2012. A expectativa é que a galeria fique pronta em dezembro, no auge das chuvas.

A prefeitura culpa o próprio clima. De acordo com Reginaldo Santos, da Diretoria de Apoio do município, o último período chuvoso se prolongou, atrapalhando o cronograma.

Casas populares

Em Perdões, a meta é remover famílias de uma área de risco às margens do ribeirão Carapina. Em 2009, a prefeitura teve a garantia de R$ 1 milhão do Ministério da Integração Nacional após 47 casas serem parcial ou totalmente destruídas pelas águas. O dinheiro seria usado na construção de 40 casas populares.

Porém, a liberação do recurso só saiu agora, inviabilizando a licitação. “Há três anos, cada imóvel sairia por R$ 25 mil. Agora, não há empreiteiras interessadas, pois o valor ficou defasado. Daria para construir, talvez, a metade”, diz prefeito Resende Filho. Ele afirma ter ido 20 vezes a Brasília tentar a agilização da verba. Agora, terá de solicitar um aditivo ao ministério.

Estrada ruim

Ilhada, mesmo sem inundações. Esse é um constante risco para os 3.000 habitantes de Alagoa, no alto da Serra da Mantiqueira. As duas estradas de acesso ao município são de terra e, quando chove muito, ficam intransitáveis.

O asfalto chegou, mas pela metade. Dos 40 km previstos entre a cidade e a vizinha Itamonte, apenas 20 km foram executados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). “A promessa é que, em breve, o restante será feito. Mas isso nunca acontece”, afirma o prefeito de Alagoa, Sebastião de Oliveira.

Em Rio Vermelho, a ponte da entrada da cidade, que ficou submersa na última enchente, passa por uma obra de manutenção para melhorar a resistência da estrutura.

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