(Carlos Roberto/Hoje em Dia)
Pela primeira vez em 26 anos, o observatório astronômico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fechou as portas para o público. A falta de segurança para os frequentadores seria o motivo do encerramento da visitação, realizada todos os primeiros sábados de cada mês, desde 1986. Uma solução está sendo discutida entre a universidade e a cúpula da igreja católica, mas ainda não há previsão de reabertura.
A Arquidiocese de Belo Horizonte, dona do terreno onde fica o observatório, no alto da Serra da Piedade, em Caeté, na região metropolitana, estaria exigindo algumas adequações. Hoje o problema gira em torno da contratação de mais vigias e melhoria na iluminação, mas outros itens já foram colocados em pauta.
De acordo com uma fonte ouvida pelo Hoje em Dia, que está envolvida no imbróglio, mas prefere o anonimato, a escolha pelo cancelamento das visitas mensais foi acatada a contragosto pela coordenação do observatório. A fonte revelou ainda que a arquidiocese já teria cogitado a cobrança de um aluguel de cerca de R$ 40 mil pelo terreno, hoje cedido através de contrato de comodato.
O diretor do Instituto de Ciências Exatas (Icex) da UFMG, Antônio Otávio Fernandes, não fala em desacerto e alega que as negociações com a arquidiocese giram em torno do aumento da segurança. Mas ele confirma que na conversa, iniciada há cerca de dois anos, foi abordada a possível cobrança de aluguel.
“O pagamento pelo local já está fora de debate. Deixamos bem claro que não temos condição para isso. Mas a divisão do trabalho com a PUC Minas, sugerida pela arquidiocese, ainda está sendo analisada”, afirmou Fernandes.
A arquidiocese nega que tenha feito exigências com relação a aluguel ou participação de outra instituição de ensino no projeto. Em nota, a instituição afirma que a decisão de não abrir o observatório foi tomada em comum acordo com a UFMG por causa do aumento do número de visitas, no período noturno. A identificação de visitantes, a sinalização e a iluminação do acesso ao observatório estão entre os pontos em discussão para garantir a segurança.