A ocupação na sede da reitoria da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), no Sul de Minas, deve continuar até segunda-feira (29). Foi o que decidiram os cerca de 90 estudantes em uma assembleia realizada nesta sexta-feira (26), após uma reunião com um representante da pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Desenvolvimento Institucional da Unifal. O protesto começou na última quarta-feira (24) porque muitos dos que foram contemplados com o programa de assistência estudantil não estariam recebendo o benefício. Como o reitor Paulo Márcio de Faria e Silva está viajando para Brasília, quem se apresentou para conversar com os manifestantes foi o diretor de planejamento Tomás Dias Sant'Anna. De acordo com Derick Felipe Ferreira Rosa, integrante do Diretório Central de Estudantes da Universidade, não foi apresentado nenhuma proposta concreta, mas várias contradições. “O Tomás mostrou alguns dados em uma apresentação de power point, mas algumas coisas não fazem sentido. Eles querem tirar do Orçamento do pessoal que está chegando em setembro para resolver o problema de quem já está aqui”, afirmou. A principal proposta apresentada nesta sexta-feira pelo pró-reitor por foi para que sejam revistos os processos de liberação do benefício aos alunos. Assim, os estudantes que não estiverem recebendo o auxílio ou que se sentirem aptos a recebê-lo deveriam apresentar um pedido de revisão à Unifal. Sant'Anna chamou a atenção para os casos de documentação incompleta de alguns jovens que se candidataram para serem contemplados pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). O problema, segundo o manifestante, é que os calouros que iniciarem a vida estudantil neste segundo semestre na Unifal só teriam condições de receber o auxílio em janeiro. “Queremos ter mais tempo para analisar os dados que ele nos apresentou e definir o que faremos depois”, afirmou o jovem. O número de alunos aptos a receber o auxílio e a modalidade do benefício escolhido por eles foram apresentados pelo diretor de planejamento. Agora, os protestantes vão avaliar se esses dados condizem com a realidade da Unifal. Rosa denunciou que há, inclusive, alunos abandonando os estudos por falta de condições financeiras. “É uma contradição muito grande. A gente consegue garantir a vaga desse aluno, mas não garante a permanência”, indignou-se o jovem. Durante a assembleia desta sexta os manifestantes optaram por encerrar a ocupação na segunda-feira, mesmo que não tenham encontrado uma solução para o problema. “Já tivemos conquistas por termos mobilizados os estudantes em uma cidade onde não há essa tradição. Mostramos que queremos mudar esse cenário da universidade, que inferioriza o aluno e só dá atenção para a formação acadêmica e da pesquisa. O estudante precisa ser formado também como cidadão”, afirmou. Pnaes O Ministério da Educação criou o Plano Nacional de Assistência Estudantil (http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=607&id=12302&option=com_content) para que a permanência de estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presenciais fosse garantida a partir do auxílio financeiro aos estudantes. Esse benefício deve ser destinado para a moradia, alimentação, transporte, saúde, e outros gastos. Para se candidatar ao Pnaes, o estudante precisa atender aos requisitos do edital que define os critérios de seleção dos estudantes. O perfil socioeconômico dos alunos é o principal item avaliado. A reportagem do Hoje em Dia tentou entrar em contato com representantes da Unifal, mas ninguém foi encontrado para se posicionar sobre as propostas apresentadas aos estudantes.