Oitiva de delegada já dura 3h30 e defesa prevê mais 20 horas

A oitiva da delegada Ana Maria dos Santos, arrolada como testemunha de defesa e acusação, mas ouvida como informante, teve início às 16 horas desta segunda-feira (22), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e, de acordo com o advogado Ércio Quaresma deve durar pelo menos mais 20 horas.  Durante um intervalo concedido pela juíza Marixa Fabiane, o defensor disse que pretende interrogar a delegada por 24 horas e que só vai parar se a magistrada assim o determinar. Quaresma falou, no entanto, que não há nenhum impedimento legal para que o depoimento seja interrompido hoje e retomado na terça-feira (23). Ele afirmou ainda que o julgamento vai durar pelo menos dez dias.   Desde o início da sessão, o advogado tenta adiar o julgamento com base em inúmeros argumentos e manobras. Pela manhã, a sessão foi suspensa em razão da ausência do jornalista José Cleves, arrolado como testemunha de defesa. Além disso, Quaresma tentou o adiamento do júri de seu cliente com em função da ausência da delegada Alessandra Wilke, também listada como testemunha. Porém, o pedido foi indeferido pela juíza já que a delegada estaria em Ipatinga, no Vale do Aço, investigando o assassinato de dois jornalistas.   Além disso, o defensor pediu a leitura de todo o inquérito do caso do desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Mas, mais uma vez, o requerimento foi indeferido pela juíza Marixa Fabiane. Segundo a magistrada, a peça possui mais de 50 páginas, tomaria muito tempo e poderá ser feito apenas no tempo destinado às argumentações da defesa.   Em novembro do ano passado, Quaresma conseguiu o desmembramento do julgamento de "Bola" após abandonar a defesa de seu cliente por não concordar com tempo concedido pela juíza para as argumentações preliminares. No entanto, em janeiro deste ano a Justiça autorizou o retorno do advogado à defesa do réu.