(Divulgação/ Receita Estadual)
Oito atacadistas de cosméticos de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, foram alvos da segunda etapa de uma operação de busca e apreensão da Receita Estadual, com o apoio da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (10). Os empresários são suspeitos de sonegar R$ 20 milhões em impostos.
De acordo com a Receita, três empresas da capital e cinco da cidade da Grande BH são suspeitas de sonegar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos comercializados. Para tanto, segundo o órgão, os atacadistas faziam o subfaturamento de mercadorias, compra e venda de produtos sem documento fiscal e ainda abriam empresas de fachada para a emissão de notas frias.
"Somadas as irregularidades fiscais cometidas pelas oito empresas, somente nos últimos dois anos, o prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 20 milhões", informou a Receita. Esta é a segunda etapa da operação 'Corretivo', que em agosto atuou contra uma empresa suspeita de desviar R$ 8 millhões. Essa atacadista não está na operação desta quinta.
Os documentos apreendidos pelo órgão e pela polícia nesta quinta serão avaliados e, segundo a Receita, a expectativa é que eles confirmem os indícios de fraude fiscal identificados durante a investigação. Ao todo, participaram da operação 34 servidores da Receita, além de agentes da Polícia Civil.
Conforme o auditor fiscal Francisco Lara, coordenador da operação, as oito empresas não são uma quadrilha, mas utilizam-se do mesmo tipo de fraude para sonegar imposto. O dinheiro desviado poderá ser recuperado.
"Assim como na primeira fase da operação, após confirmadas as irregularidades, o Fisco irá exigir o imposto sonegado. Também será possível, a partir do material apreendido, identificar os varejistas que se aproveitaram do esquema e até mesmo lançar mão da representação fiscal para fins penais contra os envolvidos", disse Lara.
Interior de Minas
A operação 'Corretivo' deverá seguir para o interior de Minas. De acordo com a Receita, outras fases estão programadas para cidades mineiras, com o objetivo de destruir os elos de uma cadeia de sonegação no segmento de cosméticos, que envolve indústrias, atacadistas e varejistas.
Segundo a Receita, as investigações do Fisco são feitas com a utilização de inteligência artificial, incluindo algoritmos que analisam e cruzam dados com o perfil dos contribuintes.
"Quem trabalha honestamente vai se beneficiar dessas operações. Já aqueles que estão sonegando, utilizando laranjas, empresas de fachada e operações sem nota fiscal, nós vamos pegar", afirmou o auditor fiscal Paulo Henrique Leão.
Segunda etapa
Esta é a segunda fase da operação 'Corretivo'. Na primeira etapa, empenhada em 21 de agosto, a Receita Estadual atuou em uma empresa do mesmo ramo de cosméticos e produtos de higiene pessoal, sediada em Belo Horizonte, e com suspeita de desvio de R$ 8 milhões.
No local, o órgão encontrou registros de contabilidade paralela, com discriminação diferente para as operações regulares e para as praticadas de forma fraudulenta, como vendas sem notas fiscais.