Ônibus circula no bairro Jardim dos Comerciários, na região de Venda Nova, em BH, com escolta da Guarda Municipal na noite desta segunda-feira (7) (SetraBH)
Ônibus de transporte coletivo de passageiros da capital passaram a circular com o apoio de escolta de guardas municipais e de policiais militares, na noite desta segunda-feira (7). O monitoramento é feito em portas de garagens das empresas, em pontos finais e também em estações de ônibus.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), há inclusive viaturas descaracterizadas que fazem a segurança ostensiva dos ônibus, para evitar incêndios criminosos como os dois registrados em BH, nas últimas semanas na capital, e um em Vespasiano, na região metropolitana.
De acordo com o Sindicato, os ataques começaram depois do início do movimento de paralisação das forças de segurança do Estado, deflagrado no dia 21 de fevereiro, como forma de pressão para negociação de reajuste salarial. O Setra diz ainda que os incêndios ocorreram a mando de presidiários insatisfeitos com a suspensão das visitas em unidades prisionais, com a greve dos policiais civis e de agentes penitenciários.
A entidade afirma que enviou ofícios ao governo estadual e órgãos de segurança pública, além da PBH, da BHTrans (responsável pelo gerenciamento do trânsito na capital) e da Guarda Municipal (GMBH), solicitando a garantia de integridade e da proteção dos usuários, trabalhadores e dos ativos utilizados na prestação do serviço público. A notificação foi reforçada no último sábado.
Ainda de acordo com o sindicato, a reposição de um veículo com ar condicionado e suspensão a ar, semelhante a um dos que foi danificado em um dos ataques, implica um gasto superior a R$ 600 mil reais.
Ainda de acordo com as informações do Setra, como o Seguro de Frota contratado não cobre o prejuízo causado por ato de vandalismo criminoso e as empresas não têm receita financeira suficiente, os veículos queimados não serão repostos na frota. O sindicato lamenta que, além da perda material e financeira das empresas, os maiores prejudicados com esse tipo de ação criminosa são os passageiros.
Integrantes do movimento de mobilização do Corpo de Bombeiros e polícias Civil, Militar e Penal confirmam novo protesto na Praça da Estação, Centro de Belo Horizonte. E mantêm o posicionamento de pedir recomposição salarial superior à que foi proposta pela administração de Romeu Zema (Novo).
Em entrevista ao Hoje em Dia nesta segunda-feira, a secretária de Planejamento e Gestão (Seplag), Luísa Barreto, explicou que a oferta de reajuste de 10,06% não será alterada. E declarou: "Não é que achamos que as forças de segurança não mereçam salários mais altos, mas precisamos fazer o reajuste de todos os servidores de forma igual, como está previsto na lei de responsabilidade fiscal”.
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