Três homens que podem ter envolvimento em 14 homicídios ocorridos em Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço nos últimos anos, entre eles a execução de dois jornalistas, foram presos nesta quarta-feira (8) durante operação realizada pela Polícia Civil. Além das prisões, cinco armas foram apreendidas, sendo duas espingardas e três revólveres calibre .38, e munições foram recolhidas. Durante todo o dia, 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça foram cumpridos. Conforme nota enviada pela Polícia Civil, os suspeitos foram presos por porte ilegal de arma. Joaquim Pereira de Souza, de 43 anos, e Ailton Barbosa da Silva, de 32, são reincidentes no crime e, por isso, não terão direito a pagar fiança. Já Chinaider Ferreira, de 29, foi flagrado com arma e sem autorização mas, por ser réu primário, pode deixar a prisão ao efetuar o pagamento de fiança. O primeiro suspeito foi preso em Ipatinga e os outros dois homens foram detidos em Santana do Paraíso. A operação foi comemorada e classificada como “muito proveitosa” pelo delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DIHPP) e responsável pelas investigações. “Uma etapa muito importante para o avanço dos inquéritos”, disse o delegado. No total, 50 policiais civis participaram da operação, que teve início durante a madrugada nas cidades onde ocorreram as prisões. Além de Wagner Pinto, outros quatro delegados, investigadores e escrivães trabalham na elucidação dos crimes. Prisões Em abril, seis policiais, sendo um militar e cinco civis, já haviam sido presos temporariamente por envolvimento nos homicídios. Um deles foi solto a pedido da própria Polícia Civil. Os inquéritos, segundo a Polícia Civil, somam mais de 500 páginas. Cerca de 50 pessoas, entre testemunhas e suspeitos, já foram ouvidas. Uma delas, que já morou em Ipatinga, prestou depoimento fora do Estado. Execução O jornalista Rodrigo Neto foi executado a tiros, no dia 8 de março, quando estava em um bar do bairro Canaã, em Ipatinga. O repórter era especializado na cobertura de notícias policiais e durante sua carreira denunciou diversos crimes, inclusive envolvendo policiais militares e civis. Segundo a Polícia Militar, ele saía de um churrasquinho na avenida Selim José de Sales, quando dois homens chegaram em uma motocicleta escura e atiraram em sua direção. A vítima foi alvejada na cabeça e no peito. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu a caminho do Hospital Márcio Cunha. Os executores fugiram e ainda não foram localizados ou identificados. Já o fotógrafo Walgney Assis Carvalho foi morto com dois tiros na noite do dia 14 de abril, , em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. Ele estava no bar Pesque Pague, no bairro São Vicente, quando foi atingido por tiros na cabeça e na axila. O autor dos tiros chegou no local em uma moto e usava capuz no momento do crime. Após disparar contra o fotógrafo, o suspeito fugiu com um comparsa em uma moto NX preta. A vítima era divorciada e tinha uma filha. Ele também prestava serviço para a Polícia Civil.