Órgão ambiental investiga denúncia de desmatamento em Betim

Danilo Emerich - Hoje em Dia
19/12/2013 às 07:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:54
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Parte de uma área remanescente de mata atlântica teria sido desmatada irregularmente em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para dar lugar a um empreendimento da Igreja Batista da Lagoinha. A denúncia é de membros do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e de uma organização não governamental. Eles encaminharam a acusação ao Ministério Público e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Segundo o biólogo, presidente da ONG Kaluana e membro do Copam, Gleyber Carneiro, 20 mil metros quadrados de mata, em processo inicial de recuperação, foram desmatados e terraplanados, na rua João da Silva Evangelista, no bairro Bom Retiro, no início do mês.

Carneiro critica o fato de a prefeitura ter emitido licença de limpeza do lote. “Quem autoriza essa supressão e terraplenagem é o Estado”, afirmou. Gleyber disse que pedirá, via Copam, paralisação do projeto e replantio de árvores. Além disso, a gestão ambiental do município será fiscalizada.

Fiscalização

Em 5 de dezembro, a Polícia Militar de Meio Ambiente foi chamada ao local. Fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente também vistoriaram o terreno. No entanto, nenhum auto de infração foi emitido.

A Semad informou que a fiscalização e gestão do local é de responsabilidade do município, por força de convênio, mas enviará uma equipe ao local para uma vistoria.

Em nota, a Prefeitura de Betim informou que o local é uma área urbana e os fiscais não constataram supressão ou terraplenagem no ponto, que já não tinha mata antes do fato. Segundo a prefeitura, foram requisitados vídeos do suposto desmatamento (que teriam sido feitos pelos denunciantes), mas estes não foram apresentados. O caso continua sendo apurado.

O pastor Rodinei Medeiros, representante da Igreja Batista da Lagoinha, nega a derrubada de árvores ou terraplenagem. E disse que a compra da área foi de forma legal. “Quando compramos o lugar, era um bota-fora irregular. Não dava para limpar na enxada. Retiramos 198 caminhões de entulhos. O lugar foi desmatado há muitos anos e cercamos para não jogarem lixo. A acusação é uma perseguição religiosa e interesse de terceiros no terreno”, afirmou.

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