Os protestos em Belo Horizonte e suas múltiplas reivindicações

Hoje em Dia
30/06/2013 às 07:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:36

No exato período em que foram realizados os jogos da Copa das Confederações no Brasil, coincidentemente os preços das passagens de ônibus de diversas cidades do país sofreram alterações. A medida provocou insatisfação generalizada. Parte da população se revoltou e grandes manifestações se multiplicaram, principalmente nas capitais. Os protestos envolveram desde a complexidade de uma reforma política até a construção de uma simples passarela na beira de estrada.

As reivindicações não se restringiram apenas à elevação das tarifas dos coletivos. Muitos ainda questionam a liberação de cifras milionárias para reformar e construir estádios de futebol, enquanto segmentos vitais como saúde, educação e segurança pública seguem sucateados.

Música no ar

Durante as manifestações deflagradas pelas ruas de Belo Horizonte, algumas delas violentas, foi possível identificar propostas e atitudes completamente diferenciadas.

Em meio à correria de manifestantes, que tentavam se proteger dos tiros de bala de borracha e das bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar, na avenida Antônio Carlos, um som chamava a atenção.

“Armado” com seu saxofone, e ladeado por um amigo que o acompanhava na percussão, o artista plástico Roberto Bellini fazia um manifesto pacífico. “As pessoas estão muito presas a uma forma de protesto. Cada um deve expressar sua indignação da forma que lhe for mais significativa”, explicou.

Até quando o clima se tornou tenso e o cenário tomado pela batalha entre vândalos e policiais, Bellini se manteve firme, tocando melodias suaves que contrastavam com o ambiente sombrio. “Eu acredito na radicalização da democracia, onde todos devem contribuir à sua maneira. A música é a minha forma de contribuição”, afirmou.

Proteção para o meio ambiente e os animais

Em meio a protestos por mais investimentos em educação, saúde, segurança e transporte, a reivindicação da funcionária pública Cristiane Almeida, de 37 anos, destoava dos demais manifestantes. Ela pedia mais rigor e justiça contra quem pratica maus-tratos contra animais.

Um grupo defensor da Serra da Gandarela também fez algumas reivindicações. Segundo o representante do movimento, Maurílio Nogueira, são várias as pautas no âmbito ambiental, porém, a principal é contra o conflito mineral na região.

Com um grupo que defende o socialismo, o estudante de filosofia Carlos Henrique Barros, de 32 anos, afirmou que a solução mais inteligente seria acabar com as privatizações e repatriar as empresas estatais que foram vendidas.

Contrários à atuação repressiva da PM durante as manifestações, um grupo de pessoas usava mensagens com tom irônico para protestar. “Amor é sexo! Sacanagem é R$ 2,80!”, mostrava a mensagem, criticando o preço da passagem de ônibus em BH.

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