Aparelho eletrônico vibra e gera sons de acordo com a articulação
Um dos pacientes que recebeu a laringe eletrônica no Hospital da Baleia (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Uma nova expectativa de comunicação se tornou realidade nesta terça-feira (23) para dois pacientes com câncer de laringe e perda da fala em tratamento no Hospital da Baleia, em Belo Horizonte. Eles receberam um aparelho eletrônico que vibra e gera sons de acordo com a articulação, dando a eles, que já não têm as cordas vocais, a capacidade de vocalizar novamente.
A entrega ocorreu na Unidade Antônio Mourão - dedicada ao tratamento de pacientes oncológicos - e foi uma das ações da Campanha Julho Verde de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço.
A laringectomia total, ou retirada da laringe, é um dos tratamentos realizados em casos de câncer localizados na laringe e proximidades. Quando necessário, apesar de promover a cura da doença, impõe aos pacientes o silêncio, já que é necessário retirar o aparelho fonador natural, mais conhecido como as cordas vocais.
A entrega das laringes eletrônicas faz parte de um programa do Governo Federal que disponibiliza, gratuitamente, os aparelhos que funcionam como meio de ressocialização das pessoas que passaram pelo procedimento.
É possível encontrar aparelhos similares por R$ 3 mil no mercado. (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Para muitos pacientes era inviável o uso da tecnologia, pois o custo que inviabilizava a aquisição. É possível encontrar aparelhos similares por R$ 3 mil no mercado.
O Hospital da Baleia já distribuiu, ao longo dos últimos meses, 25 aparelhos semelhantes, além de oferecer equipe multidisciplinar para o contínuo acompanhamento dos pacientes com profissionais de fonoaudiologia, psicologia, assistência social e nutricionista, entre outros.
Os pacientes beneficiados seguirão em acompanhamento com os fonoaudiólogos do hospital para capacitação e treinamento, a fim de se adaptarem. É um novo momento de aprendizagem da fala por meio dele.
No ano passado, 241 pacientes com algum dos 17 tipos de câncer de cabeça e pescoço foram encaminhados e tratados no Hospital da Baleia, dos quais 74 passaram por cirurgias de diversos tipos.