Paralisação dos metroviários da capital vai parar na Justiça

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
29/05/2018 às 20:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:20
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CTBU) aguarda uma decisão da Justiça que pode pôr fim à paralisação dos metroviários em Belo Horizonte. A categoria cruzou os braços ontem, atendendo aos usuários em escala mínima. Hoje, novamente, a previsão é a de que o serviço seja prestado somente de 5h30 às 9h30.

No início da tarde, uma nova assembleia será realizada para definir os rumos do movimento. Os profissionais rejeitaram a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, que acionou o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT–MG) para garantir o atendimento em período integral. A ação será julgada pelo desembargador Márcio Flávio Salem Vidigal. 

Para o advogado do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos (Sindimetro-MG), Helvécio Oliveira Coimbra, a Justiça não deverá determinar o fim da paralisação porque a greve é um direito dos trabalhadores.

“O que deve ser julgado é se a escala mínima será mantida apenas pela manhã, como querem os metroviários, ou se terão que garantir o funcionamento também no período de pico no fim do dia, de 16h30 às 20h”, explica. 

Até que o impasse seja resolvido, cerca de 150 mil usuários por dia devem ser afetados com a paralisação. Segundo a CBTU, 50.180 passageiros foram transportados no período em que o modal funcionou ontem, o que representa 25% da demanda diária. Os prejuízos à empresa chegam a R$ 230 mil. A previsão é a de que os números se repitam hoje.

Nas estações, houve quem correu para pegar os últimos trens. Foi necessária também muita paciência para os que tiveram que aguardar os ônibus, que registraram muitos atrasos. O cenário foi reflexo do remanejamento de algumas linhas para reforçar áreas que seriam atendidas pelo metrô, informou a BHTrans.

Negociações

Os metroviários pedem acréscimo de R$ 635 ao piso atual, fixado em R$ 1.610,16. Além disso, querem recomposição salarial de 9,59% referente a 12 meses sem reajuste, e de 7,12%, que teria sido apurado desde maio de 2011. 

A CBTU se nega a pagar o retroativo desde maio do ano passado e propõe aumento de 80% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período, o equivalente de 3,26%. Para 2018, ela quer arcar com uma alta de 50% da inflação. 

“Não é uma briga apenas por aumento salarial, o que não temos há quase dois anos. A companhia ainda quer retirar direitos já adquiridos”, afirma o presidente do Sindimetro-MG, Romeu José Machado Neto. 

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