O jogador é investigado por manipular uma partida do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Santos, em 1° de novembro de 2023
Parentes de Bruno Henrique também são alvos da operação da PF (Instagram/Reprodução)
A Polícia Federal realiza uma operação contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, na manhã desta terça-feira (5), no Rio de Janeiro. O jogador é investigado por suspeita de manipular uma partida do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Santos, em 1° de novembro de 2023. O jogo foi realizado no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
A PF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumprem 12 mandados de busca e apreensão contra o jogador, parentes e amigos dele. Na lista de alvos estão irmão, prima e cunhada.
Todos os citados que não são parentes do atacante do Flamengo residem em Belo Horizonte, cidade natal do jogador e possuem algum vínculo com o mundo do futebol, segundo as investigações. Entre eles, há ex-jogadores e atletas amadores. Um dos mandados foi cumprido na casa de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio.
A investigação, feita a partir de uma comunicação feita pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apura se o jogador levou um cartão amarelo, que depois evoluiu para cartão vermelho, durante uma partida pelo Campeonato Brasileiro no ano passado, para favorecer apostadores, entre eles seus parentes.
Os apostadores também estão sendo investigados pela PF. De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida.
Segundo a PF, os dados obtidos junto às casas de apostas apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.
Os mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, estão sendo cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e de Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves, em Minas Gerais.
A assessoria de imprensa do jogador Bruno Henrique informou que, por enquanto, não emitirá nenhum pronunciamento. O Clube de Regatas Flamengo divulgou que o clube ainda está tomando ciência dos fatos.
Segundo a PF e o MPRJ, trata-se, em tese, de “crime contra a incerteza do resultado esportivo”, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão.