Parte dos comerciantes insiste em descumprir normas mesmo com avanço da pandemia

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
08/01/2021 às 08:03.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:52
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Apesar de a maioria dos comerciantes seguirem os decretos que visam a combater a Covid-19 em Belo Horizonte, uma parte ainda insiste em desrespeitar os protocolos sanitários. Desobediência ao distanciamento social, falta do uso de máscaras e até da medição da temperatura do cliente ao entrar em estabelecimentos, como supermercados, são algumas irregularidades encontradas ao rodar pela cidade. Desde março, a prefeitura interditou 217 pontos comerciais por descumprimento dos decretos municipais.

Os problemas são recorrentes em toda a metrópole, principalmente nos bairros mais afastados do hipercentro. “Interpelei uma mulher que arrumava a vitrine de uma loja (na avenida Francisco Deslandes) sem máscara, mas ela me respondeu que máscara é uma bobagem e a proprietária falou que não precisavam usar”, conta uma moradora do bairro Anchieta, na região Centro-Sul, que pediu para não ser identificada.

O desrespeito também é verificado nos estabelecimentos considerados essenciais. No Planalto, na zona Norte, um supermercado parou de aferir a temperatura dos clientes há alguns meses. “Mas máscaras os funcionários estão usando”, contou a dona de casa Gláucia Freitas.

Por conta da escalada da pandemia, apenas os serviços essenciais terão permissão para abrir as portas a partir de segunda-feira na capital, conforme anunciou o prefeito Alexandre Kalil na última quarta-feira. Os detalhes sobre o novo funcionamento serão conhecidos em decreto previsto para ser publicado hoje pela prefeitura.

Não é o caso de um estabelecimento no Serra Verde, em Venda Nova. Lá, segundo o estudante Carlos Lacerda, de 35 anos, é comum encontrar trabalhadores com o Equipamento de Proteção Individual (EPI) no queixo. “Cheguei na porta e nem entrei, uma funcionária estava ao lado do balcão sem a máscara. Infelizmente, muitos estão pagando por poucos”.

“Isso tudo é uma falta de respeito com as pessoas. Sou a favor da multa, agora tem que multar. Mais do que já falamos, do que a prefeitura já falou. Todos já sabem o que têm que fazer”, disse o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Nadim Donato.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e a Associação Mineira de Supermercados (Amis) foram procuradas, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.

De acordo com a prefeitura, cerca de 2,6 mil agentes fazem a fiscalização dos decretos na metrópole. Até agora, 71 mil estabelecimentos foram orientados sobre as normas. Mais de 6,8 mil vistorias foram realizadas para a verificação do cumprimento das regras.

Eficácia

Infectologista do Grupo Oncoclínicas, Filipe Prohaska afirma que as medidas de prevenção à Covid-19 devem ser adotadas por toda a população. Ainda sem vacina disponível no país, a combinação de distanciamento social de pelo menos um metro e meio, uso de EPIs e higienização das mãos é a principal arma para evitar o contágio pelo novo coronavírus. A afirmação é do infectologista, do Grupo Oncoclínicas.

Segundo ele, no caso da máscara, ela funciona como uma espécie de filtro. “Já tentou fazer café sem filtro? Fica o pó. É a filtragem que impede o pó de passar para o copo. O coronavírus é semelhante. A máscara está impedindo que o vírus venha para nós”, explicou.

  

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