Pátios de BH operam com 3 mil veículos a mais que a capacidade

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
08/08/2012 às 07:52.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:16
 (Amadeu Barbosa)

(Amadeu Barbosa)

Os pátios de apreensão de veículos de Belo Horizonte operam com superlotação. O número de carros apreendidos já supera 50% da capacidade dos locais. Ao todo, as cinco áreas têm hoje cerca de seis mil vagas, mas abrigam mais de 9 mil veículos, apreendidos por infrações referentes a irregularidades do condutor ou do veículo, como dívidas de impostos, segundo o Detran.

“Estamos vivendo o primeiro ano de piores que virão. A inadimplência está começando a influenciar na apreensão e resgate dos veículos, como estamos percebendo principalmente desde o início desse ano”, afirma o coordenador de Operações Policiais do Detran, Ramon Sandoli.

Uma das explicações para a lotação dos pátios de Belo Horizonte, segundo o delegado, é a facilidade na compra do veículo, sem que o motorista leve em consideração os gastos atrelados à aquisição. “Entre pagar a prestação do carro e os impostos, as pessoas acabam optando pelo primeiro item e, quando o carro é apreendido, não conseguem quitar as dívidas e o veículo acaba ficando meses no pátio, até ser leiloado”, explica Sandoli.

Um exemplo de que o aumento na compra de automóveis pode ter relação com a lotação dos pátios é o registro do crescimento na quantidade de apreensões diárias na capital mineira. A média atual é de cem veículos por dia em BH, contra uma média de 70 no início do ano passado.

Do total, 90% são recuperados pelos proprietários, ou seja, pelo menos dez acabam encaminhados todos os dias para os pátios, algo em torno de 300 veículos por mês.

“As pessoas deixam de cumprir suas obrigações até mesmo porque calculam que o carro acaba valendo menos do que a quantia a ser paga pela recuperação”, diz o delegado.

Burocracia para leilão

Mas a lotação também ganha força na burocracia para a realização dos leilões, o que limita a liberação dos carros. Os proprietários têm até 90 dias para retirar os veículos dos pátios após o pagamento do valor da diária, além das multas e impostos pendentes. Como as dívidas não são quitadas, os veículos acabam leiloados.

Mas, para que isso aconteça, é preciso cumprir uma série de processos burocráticos que levam mais de seis meses, prazo em que o veículo continua no pátio.

Para tentar resolver esse problema, já estão agendados leilões de 1.552 veículos até setembro. Outros 3 mil devem ser vendidos até o fim do ano. Também ocorrerão ampliações de vagas nos pátios e abertura de novos espaços em Belo Horizonte, por meio de uma licitação que já está em andamento.

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