(Lucas Prates/Hoje em Dia/Arquivo)
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai contratar empresa especializada para fazer consultoria nas obras que estão em andamento na cidade. A decisão foi tomada pouco mais de 4 meses após a queda do Viaduto Batalha do Guararapes, na avenida Pedro I. A perícia constatou que houve falhas no projeto e execução da obra, o que levou à queda da estrutura. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) na edição desta sexta-feira (17). Conforme a licitação, a empresa vencedora terá que avaliar se os projetos estruturais de infraestrutura, tais como arte especial (pontes, túneis e viadutos), canais, contenções, além das edificações, estão em conformidade com os requisitos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 6118/2014. O edital está à disposição dos interessados na Assessoria Jurídica da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOBI), na avenida do Contorno, 5.454, no 1º andar, bairro dos Funcionários, região Centro-Sul da capital. Tragédia O elevado Batalha dos Guararapes desabou, em 3 de julho deste ano, durante a Copa do Mundo. Na tragédia, duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. O trecho onde ocorreu a tragédia ficou interditado por quase 90 dias e só foi liberado após a implosão da alça norte da estrutura. O desastre, segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, foi resultado de uma sucessão de falhas em todas as etapas de construção do elevado. O primeiro erro foi no cálculo do bloco de sustentação, que teve a quantidade de aço subestimada. Também foram constatados problemas no projeto, que não foi revisto pela construtora, tampouco pela Sudecap. Na execução da obra, foram feitas alterações sem anuência dos órgãos competentes. Além disso, rigores técnicos foram ignorados durante a retirada das escoras que sustentavam a estrutura. No lugar do novo viaduto, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) quer construir uma trincheira subterrânea. A solução viária foi apresentada e aprovada pelo Ministério Público. A proposta prevê ainda que o custo deverá ser equivalente ao calculado para a construção do viaduto sem ônus para prefeitura, ou seja, cerca de R$ 10 milhões.