Pedestres também ficam perdidos após novas mudanças no trânsito

Não são apenas os motoristas que ficam confusos com as diversas alterações no trânsito implantadas recentemente pela BHTrans em vários pontos da cidade. Pedestres se sentiram perdidos e correram risco de atropelamento, terça-feira (4), com a mudança de circulação na região hospitalar.
O semáforo que antes ficava na avenida Brasil, exatamente em frente à rua Padre Rolim, mudou de lugar. Agora, está instalado a alguns metros antes do cruzamento. Sem faixas para pedestres, os motoristas não souberam o limite de onde deveriam frear e diversas pessoas se arriscaram atravessando a rua no meio dos carros.

O risco maior, no entanto, foi outro. Sem as linhas brancas no asfalto, os pedestres que estavam habituados com a velha circulação tentaram atravessar no local antigo. Desavisados, quase eram atropelados pelos veículos que, agora, podem sair da rua Padre Rolim em sentido contrário ao anterior e seguir pela avenida Brasil.

“Moro aqui perto e não sabia que os carros poderiam sair da Padre Rolim e entrar na avenida Brasil. Por isso, quando vi os automóveis parados, achei que podia atravessar e nem me dei conta que tinha outros carros vindo na minha direção”, reclamou a psicóloga Sônia Ferreira. Ela afirmou que faltou um agente para monitorar apenas os pedestres.

Essa foi a mesma crítica de Marcelo Costa. “Achei que estava confuso apenas para os motoristas, mas vejo que quem anda a pé está na mesma situação”.
Nem mesmo quem deveria orientar motoristas e pedestres foi capaz de dar uma informação correta. A reportagem do Hoje em Dia chegou a conversar com o único agente da BHTrans que auxiliava o tráfego no cruzamento.

Questionado sobre onde o pedestre deveria atravessar, ele se limitou a dizer que não há previsão de quando a nova travessia será feita. E ao ser perguntado sobre a possibilidade dos veículos que estão na rua Padre Rolim atravessarem o cruzamento e acessar a mesma rua do outro lado da Brasil, o fiscal afirmou: “Não vejo problema nisso. Provavelmente pode”.
 
Depoimentos
 
Elaine Tavares
Os pedestres deveriam ter sido avisados sobre a mudança com antecedência. Ontem mesmo passei aqui e atravessei em um local. Hoje fiz o mesmo trajeto, mas tive que correr para não ser atropelada
Psicóloga que trabalha na região hospitalar
 
Luiz Alfenas

A falta de faixa de pedestre deixa a travessia perigosa, considerando que estamos na região hospitalar e em uma área com muitos colégios. Muitas crianças, idosos e pessoas doentes passam por aqui. Administrador que passa pela avenida Brasil com frequência
 
Pintura será feita só com obras concluídas

Em nota, a BHTrans informou que as pinturas no solo só serão feitas após a conclusão das obras civis. A previsão é de que isso ocorra em 15 de fevereiro. Há duas semanas, quando foi implantada a mão inglesa na avenida Carandaí, esquina com Afonso Pena, os pedestres também ficaram prejudicados porque a pintura da faixa de pedestre foi deixada para depois. Na época, o órgão justificou que a chuva teria atrapalhado a pintura do asfalto.