A mineradora Samarco, responsável pelas duas barragens que se romperam e liberaram rejeitos de minério em Mariana, região Central de Minas, informou neste domingo (15) que disponibilizou material de apoio para os pescadores responsáveis por salvar peixes pelo Rio Doce. A bacia com 850 km de extensão foi contaminada com lama, o que colocou em xeque a sobrevivência de seres marinhos.
Chamado de "Operação Arca de Noé", o ato é uma mobilização entre pescadores. Comovidos, eles se uniram através de redes sociais para passar pelo Rio Doce tentando salvar espécies afetadas pelos resíduos de mineração da Samarco. A mineradora garantiu materiais de auxílio, entre os quais dois caminhões e seis caixas, com capacidade para mil litros de água cada.
Entre as principais espécies ameaçadas de extinção no rio estão surubim-do-Doce, andirá, curimba e piaba-do-Doce. A mineradora informou, por nota, que equipes de biólogos, Ictiólogos e piscicultores especializados analisam a retirada dessas espécies raras e endêmicas do local, as quais serão direcionadas para tanques de cultivo disponíveis na região de Colatina, Baixo Guandu e Linhares, no Espírito Santo, para posterior repovoamento do Rio Doce.
Uma equipe técnica contratada pela Samarco também está auxiliando as ações da Associação de Pescadores Amadores, escoteiros, grupos ambientalistas e Rotary. Os trabalhos estão sendo apoiados pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), que desenvolve pesquisas de ictiofauna e está disponibilizando um conjunto de tanques para o resgate. O plano é organizar e preservar um banco genético com espécies nativas do Rio Doce.