(Lucas Prates)
Uma pesquisa sobre os Impactos da Mobilidade Urbana no Varejo na região Sudeste constatou que moradores das capitais passam, em média, o equivalente a 38 no trânsito.
O tempo médio gasto diariamente para fazer atividades corriqueiras, como se deslocar até o trabalho, deixar os filhos na escola ou fazer compras no supermercado, é de duas horas e 31 minutos, levando em conta tanto o transporte coletivo quanto o de carros e motos.
Realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a pesquisa mostra que quatro em cada dez moradores da região (40%) possuem carros e/ou motos em suas residências, percentual que entre os homens aumenta para 47%. Quando analisados somente aqueles das classes A e B, o percentual aumenta para 70%.
Caso houvesse uma boa alternativa de transporte coletivo, mais de seis em cada dez (64%) motoristas do Sudeste reconhecem que deixariam de utilizar seus veículos particulares para trajetos do dia a dia. Apenas 11% disseram que manteriam o hábito de se locomover apenas
com seus veículos.
Entre o público que utiliza o transporte público, o principal motivo é o fato de terem facilidade no acesso, citado por 29%. Outros motivos foram o fato de ser a alternativa mais barata (29%) e o único meio de locomoção disponível (24%). No entanto, atributos como conforto (5%) e adoção de atitudes ecologicamente corretas (3%) foram as últimas razões mencionadas pelos entrevistados.
Por outro lado, quando analisados os principais motivos para aqueles que se locomovem de carro ou moto na maior parte das vezes, surgem no topo da lista atributos positivos como comodidade (46%), conforto (44%) e rapidez para se chegar a um destino (29%).
Em Belo Horizonte
Consumidores usariam mais o transporte público para realizar suas compras, caso o serviço fosse mais eficiente e barato, é o que revela a pesquisa da Câmara de Diretores Lojistas (CDL/BH).
A pesquisa buscou entender o impacto que a mobilidade urbana tem no comportamento dos consumidores da capital e na escolha dos meios de transporte utilizados para o consumo.
O levantamento foi feito em todas as nove regionais da capital, abrangendo a população de jovens, adultos e idosos e as classes sociais “A/B”, “C/D” e “E”. Um dos principais resultados apontado pela pesquisa foi que as pessoas optariam pelo transporte coletivo para realizar suas compras, caso fosse oferecido um serviço de qualidade e com preço justo.
Dos entrevistados, 40,9%, afirmaram que sempre utilizariam o transporte público e 18,1% quase sempre. Na estratificação da pesquisa por classe social, neste item, 44,7% dos consumidores da classe A/B, que possui maior acesso a meios de locomoção individual, como o carro, responderam que optariam por essa modalidade de transporte, se houvesse aperfeiçoamento no serviço ofertado.
As melhorias também seriam bem aceitas por consumidores das classes “C/D” (55,8%) e “E” (55,8%), e seria percebido principalmente pelas mulheres (67%). Para Marcos Inneco Correa, vice-presidente da CDL/BH, estes dados comprovam a necessidade de pensar políticas que aprimore o transporte público. “O transporte coletivo, como indicado na pesquisa, ainda é a solução mais efetiva para melhorar o tráfego em uma grande cidade. Por isso, é necessário, o aperfeiçoamento do nosso sistema, tornando-o mais eficiente para a população e com qualidade do serviço e tarifas adequadas, mas sem restrição de uso de qualquer outro modal, pois, isto restringiria o acesso aos centros comerciais”, afirma.
Ainda sobre transporte, a pesquisa mapeou quais os meios mais utilizados pelas pessoas em cinco momentos diferentes: trabalho, educação, lazer, saúde e consumo. Para ir trabalhar a maioria utiliza o ônibus (52,6%). Depois aparecem: carro (26,2%); motos (9,8%); metrô (5,6%); a pé (5,4%);
Já para consumir, a preferência de 39,9% é o carro. Em seguida: ônibus (31,9%); aplicativos de transporte (9,6%); moto (6,7%); metrô (6,4%); a pé (5,5%); taxi (0,6%). Para estudar, o ônibus é a principal escolha de 45,8% dos entrevistados. Os demais são: carro (29,9%); moto (12,9%); a pé (4,3%); van (3,3%); metrô (2,3%); aplicativos de transporte (1%).
Nas horas de lazer, 41,7% usam o carro. Os próximos são: ônibus (31,4%); aplicativos de transporte (9,4%); moto (7,9%); metrô (5,4%); a pé (3,7%); taxi (0,6%). E, para ia ao médico/consultas/hospitais o ônibus também é o mais utilizado (38,3%), seguido por carro (35,9%); aplicativos de transporte (7,8%); a pé (7,4%); moto (6,6%); metrô (2,3%); taxi (1,7%).
Segurança
A segurança é outro ponto de extrema relevância para entender os hábitos de consumo, principalmente para as mulheres. De acordo com a pesquisa, em comparação com os homens, 61,2% das consumidoras levam em consideração a segurança do centro comercial, na hora de
realizar as compras.
Já quando vão consumir nos shoppings, tanto o sexo feminino quanto o masculino afirmaram se sentir protegidos na mesma proporção, aproximadamente 50%. “A segurança pública é um problema recorrente em todos os âmbitos da sociedade. Por medo de serem assaltadas, e muitas vezes agredidas, as pessoas buscam locais que consideram mais seguros, para adquirir as mercadorias que necessitam,” conclui Marcos Innecco.