(Ricardo Bastos)
De cada dez mineiros com mais de 60 anos, oito não praticam atividades físicas. O alto índice de sedentarismo ajuda a explicar a incidência de doenças crônicas nesta faixa etária. Exatos 77% dos idosos que residem em Minas foram diagnosticados com problemas cardíacos, diabetes, hipertensão arterial, câncer, artrite, reumatismo ou depressão, dentre outras doenças.
Os dados integram a Pesquisa por Amostragem de Domicílio divulgada na última quinta-feira (20) pela Fundação João Pinheiro. O Jequitinhonha e o Vale do Mucuri são as regiões com maior concentração de idosos que não mantém hábito de vida saudável. Ali, 90% dessa faixa da população não pratica exercícios.
As principais barreiras para manter um hábito de vida saudável na chamada terceira idade, segundo os idosos ouvidos, são limitações provocadas por motivo de doença, compromissos familiares e até fatores climáticos. “É um dado que chama atenção e mostra a necessidade de políticas públicas direcionadas para um envelhecimento saudável”, afirmou Mirela Camargos, umas das responsáveis pela pesquisa.
Integrante do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Minas Gerais, Cláudia Caciquinho reforça a importância para a prática de atividades físicas pelo idosos. “Claro, as limitações de cada um devem ser respeitadas. Exercícios são fundamentais não só para questões da saúde cardiovascular como para evitar casos de depressão e isolamento social”, destacou. Ciente da importância da atividade física, a aposentada Geralda Correa Soares, de 65 anos, participa regularmente de três atividades semanais no Serviço Social do Comércio (Sesc). Moradora do bairro Coqueiros, região Noroeste de BH, ela pratica aulas de vôlei, faz ginástica e dança de salão. “Mais do que cuidar da saúde, aqui é um espaço de convivência entre amigos”, disse.
Resultados
Além da saúde, o perfil dos mais de 2,3 milhões de idosos – cerca de 12% da população mineira – traçado na pesquisa apresenta informações sobre educação, trabalho, renda e moradia. O estudo pretende fornecer subsídios para o planejamento de políticas públicas adequadas à realidade de cada região do Estado.
“As informações serão repassadas às secretarias responsáveis por suas áreas para que possamos focar as ações de governo de acordo com as principais carências”, afirmou o coordenador especial de políticas para o idoso da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Felipe Willer.