(Manoel Marques/Imprensa MG)
O governo de Minas afirmou, nesta terça-feira (3), que deverá, em breve, começar a sobretaxar quem tiver um consumo acima da média do ano passado. O anúncio foi feito durante evento com empresários que selou o “Pacto de Minas pelas Águas”. Na ocasião, o governador Fernando Pimentel também alertou para o risco eminente de faltar água na Região Metropolitana de Belo Horizonte dentro de quatro meses. A autorização para a cobrança já é aguarda pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae). “Vamos trabalhar para que não haja racionamento. O que estamos propondo é uma sobretaxa para quem gastar acima da média do ano passado. É isso que estamos discutindo com a agência reguladora e acredito que vamos ter este instrumento”, disse Pimentel. De acordo com o governador, a crise hídrica na Região Metropolitana poderia ter sido prevista no ano passado. A idéia agora é que a população, o comércio e as indústrias colaborem e evitem o desperdício. "É imprescindível que a gente faça ações simultâneas para que isso não se transforme, efetivamente, em torneira sem água", afirmou. Segundo o governador, os dados sobre o abastecimento de água vão ficar sempre disponíveis para qualquer cidadão na página da Copasa. Racionamento Segundo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), os reservatórios que abastecem a região estão em média com uma capacidade de 30% de armazenamento de água, volume que garante o consumo pleno por, no máximo, quatro meses. “Se não mudarmos os hábitos de consumo, se não conseguirmos aumentar a captação, ou seja, se não chover, mantida a capacidade atual de reservação de água, vamos ter que racionar daqui a três, quatro meses”, afirmou Pimentel em pronunciamento no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No fim de janeiro, o Governo Estadual pediu que os consumidores mineiros reduzissem em 30% o consumo de água para evitar o agravamento da situação hídrica. Balanço divulgado pela Copasa nesta terça-feira mostra que, em um mês, a redução do consumo no Estado foi de 7,4% em comparação com o mesmo período de 2014. Na Grande BH, a economia foi de 9,4%, ainda insuficiente para evitar um colapso no abastecimento da região. Segundo a empresa, caso o índice atual de redução no consumo da Região Metropolitana de Belo Horizonte não alcance os 30% e o volume de chuvas de 2015 não superar o de 2014, a previsão é de que o Sistema da Bacia do Paraopeba, que abastece a RMBH, entre em colapso entre junho e julho (*Com Agência Minas)