(Lucas Prates )
Onze pessoas foram presas em uma operação da Polícia Civil que desarticulou uma quadrilha de roubo a bancos que, de acordo com a corporação, é a maior do Brasil. O grupo, que era composto por 14 pessoas - duas já estavam presas e uma morreu numa troca de tiros com policiais -, é responsável por um prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões.
Na tarde desta terça-feira (14), o delegado Ramon Sandoli, do Departamento Estadual de Operações Especiais, detalhou, em entrevista coletiva, como os suspeitos foram encontrados. Segundo o delegado, o grupo era investigado há cerca de 90 dias e as primeiras detenções ocorreram no início de junho, durante o sequestro ao gerente de uma agência na cidade de Papagaios, na região Central do Estado.
"Dali em diante, a Polícia Civil foi chegando até outros membros da quadrilha e chegou aos 11 membros do grupo, além dos dois comandantes e chefes do bando que já são conhecidos da corporação e organizavam os sequestros de dentro da cadeia", afirmou Sandoli.
Só de janeiro a agosto deste ano, a quadrilha cometeu nove sequestros a gerentes de agências de pequenas cidades do interior do Estado, apontou a investigação. Outros cinco casos foram registrados em Minas este ano e a Polícia Civil não descarta de que o bando esteja envolvido também nestes crimes.
Reincidentes
Segundo o delegado Ramon Sandoli, os sequestros eram encomendados de dentro da cadeia, já que os dois chefes da quadrilha estavam detidos em presídios de segurança máxima. Um deles, conhecido como Chacau, estava preso há 14 anos por roubo. "Ele estava no presídio de Francisco Sá e de lá ele falava por telefone com os recrutas dele e até ameaçava as vítimas durante os sequestros", disse o delegado. O outro chefe do grupo estava na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana da capital.
Segundo os investigadores, os suspeitos primeiro vigiavam a cidade, rastreavam a vida do gerente do banco e depois partiam para o sequestro. A família da vítima era mantida em cativeiro e, sob ameaças, o funcionário do banco era obrigado a ir até agência e sacar o dinheiro para os bandidos, que depositavam as quantias em contas pré-definidas pelos chefes do bando.