(Rubens Chiri/São Paulo/Divulgação)
A perícia da Polícia Civil do Paraná buscou, na manhã desta quinta-feira (1º), provas no carro e na casa do principal suspeito de matar o jogador de futebol mineiro Daniel Correa Freitas. As informações são do delegado-titular da Delegacia de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, que prendeu na manhã desta quinta um empresário, que teria confessado o homicídio, e duas mulheres, que teriam presenciado o crime, que teve motivação passional, mas não teriam feito nada para evitá-lo.
O corpo de Daniel, que tinha 24 anos, foi encontrado no último sábado (27) em um matagal em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Havia sinais claros de tortura. A cabeça estava quase degolada e o órgão sexual da vítima havia sido decepado. O corpo só pôde ser identificado na noite de domingo (28). Daniel foi enterrado nesta quarta (31), em Conselheiro Lafaiete, região Central de Minas.
Questionado se o empresário preso pelo crime teria associação com uma organização criminosa, o delegado afirma que ainda não há informações sobre isso e que a preocupação dos investigadores, neste momento, é encontrar as provas sobre o assassinato do jogador. A faca usada no crime ainda não foi encontrada e a Polícia Civil conta com a ajuda do Corpo de Bombeiros para encontrá-la.
De acordo com o delegado, Daniel chegou a Curitiba na noite de sexta-feira (26) e foi até a festa de aniversário de 18 anos de uma amiga – filha do suspeito do crime – em uma boate. No fim da madrugada, um grupo de aproximadamente 10 pessoas seguiu até a casa do suspeito, na capital paranaense, para continuar a festejar.
Por volta das 8h, Daniel teria sido flagrado na cama ao lado da esposa do suspeito. De acordo com a defesa do homem que foi preso, o jogador estaria tentando estuprá-la. A Polícia Civil teve acesso a uma foto que Daniel teria feito da mulher desacordada e enviado a amigo e investiga se houve o suposto estupro.
Para Trevisan, o crime foi certamente passional. “Mesmo que tenha havido tentativa de estupro, é preciso entender que a resposta do suspeito foi desproporcional. A resposta que deu à vítima foi um excesso, não havia a menor necessidade de se tirar a vida do rapaz”, afirmou o delegado.
Tortura
Logo após o flagrante, Daniel teria sido espancado pelo suspeito e por mais três homens, ainda não identificados. Depois, ele foi colocado no porta-malas de um carro e levado até o matagal. A Polícia Civil não sabe ainda informar em que momento a cabeça e o pênis de Daniel teriam sido cortados, nem por quanto tempo aconteceu o processo de tortura.
O suspeito do assassinato, a mulher e a filha dele foram presos preventivamente por 30 dias. De acordo com o delegado, as duas também foram detidas porque estavam presentes na cena do crime e não fizeram nada para impedir. As outras pessoas que estavam na casa, na manhã de sábado, também estão sendo procuradas.
Futebol
Nascido em Juiz de Fora, Daniel Correa tinha contrato com o São Paulo até dezembro e estava emprestado ao São Bento (Sorocaba), pelo qual disputava a série B do Campeonato Brasileiro. Revelado pelo Cruzeiro, o meia passou ainda por Botafogo, Ponte Preta e Coritiba.
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