(Polícia Civil/Divulgação)
A Polícia Civil esclareceu nesta segunda-feira (27) o atropelamento que resultou na morte de um motociclista de 24 anos e no indiciamento do vereador de Betim, José Afonso de Oliveira, conhecido como Pãozinho.
O parlamentar responderá por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e fraude processual. Segundo o delegado Fábio Werneck, o político estava no veículo que atingiu a vítima. O atropelamento aconteceu no dia 20 de setembro.
O invetigador informou que o inquérito concluiu que Pãozinho dirigia um Gol, alugado pela Câmara Municipal de Betim, pela BR-060. Segundo a polícia, na altura do km 64, o político teria entrado na contramão, em uma curva, e atingido de frente o motociclista. “O laudo de perícia de local concluiu ainda que, possivelmente, o carro estava em alta velocidade”, explicou.
Após a colisão, conforme a polícia, o veículo chegou a arrastar a vítima por 80 metros. “Pelas circunstâncias, ficou claro que desde o início o objetivo do autor era de não prestar socorro e fugir, mas o carro acabou estragando”, conta o delegado. Segundo o relato de uma testemunha, Pãozinho saiu do carro visivelmente embriagado.
Indiciamento
Testemunhas revelaram aos policiais que, após o atropelamento, o vereador se escondeu em um matagal até a chegada de uma Parati preta, conduzida pelo filho de Pãozinho.
De acordo com o delegado, o filho do suspeito se apresentou às pessoas que foram prestar socorro como o condutor do Gol e perguntou onde estava o “outro carro”, demonstrando que não tinha conhecimento da motocicleta. O filho do parlamentar responderá por autoacusação falsa, cuja pena prevista é de três meses a dois anos.
A Polícia Civil informou que a Parati é de propriedade de uma mulher, que foi indiciada por falso testemunho. Très sobrinhos de Pãozinho foram indiciados por falso testemunho e desobediência, já que se recusaram a prestar depoimento à Polícia Civil após intimação. A pena varia é de dois a quatro anos para estes casos.
O delegado destacou que, durante os depoimentos, os parentes de Pãozinho entraram em contradição em vários momentos. “Eles afirmavam que o vereador estava viajando para Itamarandiba, mas não sabiam dizer quando tinha saído, nem quando tinha voltado”, disse. Nenhum dos envolvidos tinha antecedentes criminais.
Segundo a polícia, além de homicídio doloso e fraude processual, o vereador irá responder também por abandonar o local do acidente. A pena para este tipo de crime varia de sete a 22 anos de prisão.