(Carlos Rhienck)
Cerco fechado ao motorista infrator e mais segurança ao pedestre. Em 30 dias, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar promete intensificar a fiscalização e multar os condutores que desrespeitarem quem anda a pé pelas ruas de Belo Horizonte.
O rigor nas autuações foi anunciado na última quinta-feira (21) pelo tenente-coronel Roberto Lemos, durante o lançamento da campanha “Pedestre. Eu respeito”, da BHTrans. “A primeira etapa da ação é de caráter preventivo. Depois entraremos com a repressão”, garantiu o comandante do batalhão.
Oito militares vão acompanhar a mobilização social da BHTrans focada em reeducar os motoristas da capital. A ação teve início na avenida Alfredo Balena, no bairro Santa Efigênia, Leste de BH. Pelo local, conhecido como Região Hospitalar, circulam diariamente 99 mil veículos.
Levantamento
Os números confirmam a necessidade da campanha na região. Pesquisa por amostragem finalizada no último dia 15 mostra que 22% dos condutores param os veículos sobre a faixa de pedestres e 1% avançam o sinal vermelho.
Atualmente, as penalidades para quem desrespeita os transeuntes variam de leve a gravíssima. As multas vão de R$ 53,21 a R$ 191,54 e o motorista recebe de três a sete pontos na carteira.
“Se o desrespeito na Região Hospitalar existe em locais semaforizados, imagine nas travessias sem sinal. Com certeza, é muito pior. Ou seja, o carro vira uma arma contra o pedestre”, afirma o consultor em tráfego Silvestre de Andrade.
Para ele, a garantia da segurança é difícil, mas não impossível. “Poucas cidades conseguiram acabar com esse comportamento inadequado. A mudança depende de uma série de ações conjuntas, com campanhas ininterruptas e presença ostensiva da fiscalização”, diz o especialista.
Apesar do desafio, a BHTrans está confiante na campanha. A diretora de Atendimento e Informação da BHTrans, Jussara Bellavinha, reforça que as ações vão ocorrer durante um ano em 12 áreas da região Centro-Sul, podendo ser estendidas a outros locais.
Quem passou pela avenida Alfredo Balena aprovou a iniciativa. Estagiários de pedagogia fizeram apresentações teatrais, distribuíram folhetos e chamaram a atenção de motoristas infratores e de pedestres que atravessavam fora da faixa.
“Muito bom. Hoje, atravessar a rua é sempre é um problema nesta região”, disse a aposentada Maria Odila Carvalho, de 59 anos.