(Flávio Tavares)
Bombeiros, policiais militares e civis e outros servidores da segurança pública estadual invadiram o Palácio da Liberdade, na região Centro-Sul da capital, na tarde desta quarta-feira (6).
Os agentes pedem melhorias para os funcionários do setor, como a reposição salarial dos últimos quatro anos e o reposicionamento do pagamento para o 5º dia útil, e prometem acampar no Palácio até que o governo ceda às reivindicações.
A categoria também pede fim do escalonamento de salários e o pagamento do Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais (IPSM) e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
“Queremos que o governo pare de parcelar os nossos salários e de reter o dinheiro destinado aos convênios de saúde. Estamos perdendo a nossa assistência médica por causa de uma irresponsabilidade”, alega um dos manifestante, o major Marcelo de Oliveira, da Reserva Militar.
Um dos líderes do movimento, o deputado Sargento Rodrigues, afirmou que os manifestantes permanecerão por quanto tempo for necessário e não desistirão de lutar por seus direitos. “O governo aposta que vamos recuar quando cair a noite, mas para quem já passou a noite no meio do brejo e no matagal, isso aqui é fichinha”, afirmou.
O presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados, Cabo Coelho, afirmou que um ônibus está vindo de Montes Claros com mais servidores manifestantes e que a liderança do movimento providenciou estrutura de banheiros químicos e lanches para os que ficarem na ocupação. “Os que não puderem vir, porque estão sendo ameaçados de transferência, participarão trazendo lanches e mantimentos para os que ficarem”, disse.
Cerca de 600 pessoas ocupam os jardins do Palacio da Liberdade no início da noite, de acordo com lideranças do movimento. Barracas estão sendo providenciadas para que a ocupação continue durante toda a noite. “O MST não ficou acampado aqui recebendo lanches da Cemig? Então também ficaremos até que os nossos direitos sejam cumpridos”, afirmou o cabo Álvaro Coelho, um dos líderes do movimento. Ele afirmou ainda que as categorias não descartam uma paralisação.
A invasão foi após uma manifestação que reuniu cerca de 3.000 servidores, segundo os organizadores, na Praça da Liberdade, no início da tarde. O trânsito foi completamente fechado no entorno da praça, o que gerou uma série de congestionamentos nas imediações. O prédio onde fica o Palácio da Liberdade foi evacuado e os servidores, liberados.
Em nota, o governo estadual condenou "veementemente a irresponsabilidade do ex-policial, já protagonista de outros episódios vergonhosos, que insuflou nesta quarta-feira (6) uma claque a invadir o Palácio da Liberdade".
Ainda segundo o governo, graças à ação e ao trabalho responsável da Polícia Militar, o cenário em Minas Gerais é de queda dos índices de criminalidade. "A tentativa de desestabilizar a área de Segurança, que apresenta os melhores resultados dos últimos 7 anos, é ainda mais perigosa diante dos ataques criminosos a ônibus em 26 municípios mineiros. Trata-se de lamentável oportunismo político que ignora a crise herdada de gestões passadas e as limitações da LRF".
A nota ainda ressalta que mesmo no cenário de crise, "o governo honrou aumentos concedidos antes de 2015 e chegou a reajustar em 15% os salários dos policiais militares em abril daquele ano. O mesmo compromisso tem sido demonstrado com os pagamentos referentes a pensão e saúde no âmbito do IPSM", completa o comunicado.
Veja o momento da invasão: