População desrespeita regras de descarte de entulhos em BH; câmeras irão flagrar os sujões

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
26/12/2017 às 09:15.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:26
 (Flavio Tavares)

(Flavio Tavares)

Gerenciar o lixo produzido em Belo Horizonte tem sido um desafio cada vez mais complexo nas Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs). Os locais que deveriam receber apenas entulho, pneus, colchões e móveis velhos também são alvo do despejo de resíduos orgânicos. Como se não bastasse, há relatos de furtos, depredação e acúmulo de lixo na parte externa dos terrenos delimitados para o descarte. 

Diante do cenário, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) vai reestruturar as 33 URPVs da capital. De acordo com a gerente de Limpeza Urbana do órgão, Andrea Froes, um plano de segurança que pode contar com a instalação de câmeras de vigilância está em fase de elaboração. 
“Acreditamos que deverá entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2018”, explica.

Realidade
Às margens da avenida Tereza Cristina, na região Oeste da metrópole, é possível verificar que o problema persiste na URPV Silva Lobo. No portão principal há cinzas de lixo queimado, restos de papelão e embalagens de produtos que foram jogados na portaria do local fora do horário de funcionamento.

Do lado de dentro, uma moradora de rua toma banho e dois homens, sentados, fumam e observam o vai e vem dos carroceiros carregando telhas de amianto, pedaços de madeira e restos de tijolos.

“Todos os dias, pela manhã, tem lixo depositado do lado de fora. As pessoas passam, jogam lá e vão embora. Além disso há muitos usuários de drogas, que acabam desacatando os funcionários”, relata o coordenador da unidade, Everton dos Santos.

Mudanças
Com a criação da comissão para reorganizar as URPVs, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) na semana passada, a condição de trabalho dos servidores que atuam no local também deverá melhorar. 

A SLU informou, por nota, que o grupo “procurará regulamentar o horário de funcionamento das URPVs, definir e implementar pequenos serviços de manutenção e aprimorar a segurança nesses locais”. A previsão é a de que um relatório seja concluído em meados de fevereiro do próximo ano.

De janeiro a novembro de 2017, as 33 unidades em funcionamento na capital acumularam pelo menos 125 mil toneladas de resíduos, segundo dados da SLU.

Processo
Todo material recebido é separado em caçambas e recolhido pela PBH. Depois de passar por triagem, parte dos rejeitos é encaminhada para aterros sanitários.

O restante vai para uma das duas Estações de Reciclagem de Entulho, onde é transformado em agregado reciclado, que pode retornar à cadeia da construção civil.

O limite de descarga permitido hoje em todas as URPVs é de até um metro cúbico por dia. Pela regra vigente, os resíduos devem ser descarregados pelo transportador, por tipo de material, nos locais indicados pela prefeitura.

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