Um estudo internacional que pretendia criar uma vacina experimental contra o vírus HIV, causador da Aids, e que contou com a participação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi encerrado após ser considerado ineficaz.
De acordo com a Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas da Faculdade de Medicina da UFMG, os resultados demonstraram que, apesar de seguro, o imunizante não elevou os níveis de proteção de forma satisfatória. Em BH, 117 voluntários participaram dos testes. Um dos grupos recebeu doses de placebo, como controle.
O professor Jorge Andrade Pinto, que está à frente da pesquisa na UFMG, ressaltou que resultados negativos também fazem a ciência avançar.
"A vacina contra o HIV continua sendo um grande desafio, mesmo depois de mais de três décadas de estudos. O projeto (Mosaico) teve os mais altos padrões científicos e tecnológicos e, certamente, contribuirá para entendermos os mecanismos que o vírus utiliza para burlar a vigilância imunológica dos seres humanos", afirmou o professor.
Durante os estudos, os participantes foram orientados e estimulados a usar métodos já conhecidos de prevenção do HIV. Entre as ações estavam a profilaxia pré-exposição (PrEP), a profilaxia pós-exposição (PEP), os métodos de barreira (como uso de preservativo) e as políticas públicas para a área.
De acordo com a UFMG, será realizado um último encontro presencial do grupo de pesquisa para finalização dos protocolos e reforço das orientações quanto à prevenção da Aids.
Mosaico
Além do Brasil, outros oito países participaram da iniciativa. O estudo estava na fase 3 de ensaio clínico. Ao todo foram 3,9 mil voluntários ao redor do mundo. A pesquisa contou com financiamento da biofarmacêutica americana Johnson & Johnson.
O objetivo era gerar proteção para vários subtipos do HIV. Para isso, estavam sendo testadas a tecnologia de vetor viral (adenovírus 26) e a proteína gp140. O imunizante contava com cópias sintéticas (produzidas em laboratório) de pedaços do vírus da Aids, incapaz de causar a doença.
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